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Elio Gaspari vê Bolsonaro como negação ao Brasil independente surgido em 1822 na ponta da espada de Dom Pedro I

Em artigo, colunista diz que nem 1º imperador não era o tosco que passou à História, nem José Bonifácio era puritano. País vacinava crianças desde 1817, lembra

Reprodução/Pedro Américo

Ao olhar para o ano que começa no sábado, 1º de janeiro de 2022, e embute a efeméride dos 200 anos da proclamação da independência brasileira, o jornalista Elio Gaspari (autor de uma relevante pentalogia sobre a ditadura militar) compara o Brasil sonhado em 1822 e o País de hoje. Para ele, sob o desgoverno de Jair Bolsonaro e de seus seguidores, estamos muito aquém do olhar para a frente lançado pela dupla Dom Pedro I e José Bonifácio quando esboçaram uma Nação independente de Portugal.

Segundo ele, “passados dois séculos, o país tem 212 milhões (de habitantes), convive com a cavalaria do atraso, e, dia sia, dia não, é obrigado a conviver com o negacionismo e as batatadas do “coronel” Marcelo Queiroga e do “capitão” Jair Bolsonaro”.

Para Gaspari, Dom Pedro e Bonifácio formaram uma grande dupla. Mais velho, Bonifácio costurou a rebeldia do príncipe. Em junho de 1822 o Brasil não existia como Nação, mas Bonifácio criou uma Secretaria de Negócios Estrangeiros, articulando-se no Prata, em Viena e em Londres”. Para ele, “a máquina do tempo levará os curiosos de 2022 a um bonito momento. No mínimo, livrará os viajantes da mediocridade presnete”.

Por fim, conclui o articulista dos jornais O Globo e Folha de S Paulo: “Dom João VI (pai de Dom Pedro) criou a junta vacínica para conter a varíola. Afinal, ela havia matado seu irmão. Desde 1817 vacinavam-se crianças no Rio”.