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Em nota, partidos progressistas criticam BC e juros altos: "condenam a economia à recessão e a população à pobreza"

As mudanças contratadas nas urnas com a eleição de Lula após quatro anos de Bolsonaro "são incompatíveis com a política monetária legada daquele período nefasto", diz o texto

Roberto Campos Neto e Banco Central (Foto: ABr)

247 - Os presidentes do PDT, PSB, PT, PV, Psol, PCdoB e o porta-voz da Rede divulgaram nota conjunta nesta quarta-feira (26) condenando o Banco Central por manter desde setembro de 2022 a taxa básica de juros, a Selic, em 13,75% ao ano. Para as siglas, os juros tão altos condenam a economia brasileira à recessão e a população à pobreza.

Os partidos ainda citam a CPMI do 8 de janeiro, que deve ser instalada nos próximos dias no Congresso Nacional, e se comprometem a fazer com que o colegiado "lance luz sobre os episódios criminosos de 8 de janeiro e toda a cadeia dos fatos que os antecederam, sob o comando de um ex-presidente derrotado pelas urnas", em referência a Jair Bolsonaro (PL).

Leia na íntegra:

 O Brasil viveu um pesadelo nos últimos quatro anos sob um governo de extrema-direita. Por isso nos unimos numa frente ampla para eleger Lula presidente e garantir um programa capaz de reconstruir o país.

Entre os compromissos firmados com o povo brasileiro estão a retomada das políticas públicas destruídas pelo governo anterior, a ampliação dos investimentos em saúde e educação, a garantia de uma política internacional altiva e independente, o estímulo ao investimento produtivo e a promoção de uma reforma tributária que garanta simplificação e progressividade.

Tais mudanças são incompatíveis com a política monetária legada daquele período nefasto, que impõe ao país a maior taxa de juros reais do planeta, estrangula o crédito, inviabiliza o investimento, condena a economia à recessão e a população ao desemprego e à pobreza.

A continuidade dessa política de juros estratosféricos e da atual direção do Banco Central, arrogante e irresponsável, é um veneno para a economia e para a sociedade brasileira, tão nociva quanto as ameaças à democracia que o Brasil tem enfrentado desde o processo eleitoral.

É neste contexto que nos dispomos a debater as novas regras fiscais encaminhadas pelo governo ao Congresso Nacional, de forma a aperfeiçoá-las às necessidades do programa eleito nas urnas e à reconstrução do país, enfrentando as pressões que tenham como finalidade inviabilizar os compromissos do governo recém iniciado ou criminalizar sua política econômica.

O Teto de Gastos, imposto ao povo brasileiro num momento de crise política e econômica, teve como resultado a ampliação das desigualdades, o estrangulamento das políticas sociais e o desmonte de áreas estratégicas do Estado, sequer cumprindo suas promessas de equilíbrio das contas públicas. Uma nova regra fiscal, portanto, deve levar em conta as necessidades do povo brasileiro e garantir que seja executado o programa que nos levou à vitória nas urnas.

É também neste contexto que nossos partidos irão atuar com firmeza para que a CPMI do Golpe lance luz sobre os episódios criminosos de 8 de janeiro e toda a cadeia dos fatos que os antecederam, sob o comando de um ex-presidente derrotado pelas urnas, pela democracia e pela história, para que todos sejam responsabilizados.

Conclamamos os partidos e forças políticas do campo democrático a caminhar conosco em torno destes objetivos, para que o Brasil volte a crescer e nosso povo possa trabalhar em paz, com justiça social e democracia sempre.

André Figueiredo – Presidente em exercício do PDT
Carlos Siqueira – Presidente do PSB
Gleisi Hoffmann – Presidenta do PT
José Luiz Penna – Presidente do PV
Juliano Medeiros – Presidente do PSOL
Luciana Santos – Presidenta do PCdoB
Wesley Diógenes – Porta-Voz da Rede

Brasília, 26 de abril de 2023