Embaixador de Israel bajula Bolsonaro, mas não deve ter embaixada
O embaixador de Israel no Brasil, Yossi Shelley, comparou, em entrevista à Empresa Brasil de Comunicação (EBC), o presidente Jair Bolsonaro ao político e diplomata brasileiro Oswaldo Aranha. Em 1947, o então chefe da delegação brasileira presidiu a sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas que levou à criação do Estado de Israel. Aranha é reverenciado pelos israelenses até hoje. Apesar do compromisso assumido com o líder sionista Benjamin Netanyahu, Israel não deve conseguir a transferência da embaixada brasileira, já que dois generais do núcleo do governo - Augusto Heleno e Santos Cruz - já vieram a público contradizer o presidente da República
247, com Agência Brasil - O embaixador do Estado sionista de Israel no Brasil, Yossi Shelley, comparou, em entrevista à Empresa Brasil de Comunicação (EBC), o presidente Jair Bolsonaro ao político e diplomata brasileiro Oswaldo Aranha. Em 1947, o então chefe da delegação brasileira presidiu a sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas que levou à criação do Estado de Israel. Aranha é reverenciado pelos israelenses até hoje. Apesar do compromisso assumido com o líder sionista Benjamin Netanyahu, dois generais do núcleo do seu governo - Augusto Heleno e Santos Cruz - já vieram a público contradizer o presidente da República.
"O nome de Oswaldo Aranha foi significante para a criação do Estado de Israel. Agora Jair Bolsonaro é um segundo Oswaldo Aranha porque ele faz uma coisa incrível: é mudar a história", afirmou o embaixador.
Em março, Bolsonaro pretende ir a Israel e deve viajar acompanhado de um grupo de empresários. O objetivo é incrementar o comércio bilateral e a troca de tecnologias.
Shelley considerou "uma coisa incrível" os cinco dias que Netanyahu passou no Brasil, já que o primeiro-ministro não se ausenta por tempo tão longo de Israel. Na opinião do embaixador, isto aconteceu "graças ao presidente Bolsonaro".
O embaixador israelense detalhou que Netanyahu e Bolsonaro conversaram sobre segurança pública, a dessalinização, como acabar a seca do Nordeste brasileiro, satélite e como vigiar a fronteira.
Shelley também falou sobre os preparativos para a visita do presidente Jair Bolsonaro a Israel. Disse: "Vamos dar carinho e amor. Ele vai conhecer empresas que fazem história, como Waze e Mobileye. Esperamos que ele leve 40 ou 50 empresários. Negócios se fazem entre homens de negócios. Há coisas grandes feitas com o governo, mas o mercado trabalha com empresário. Ele vai receber as honras de um rei. Eu prometo isso. Vou estar ao lado dele e vou segurar a mão dele. Amo o Brasil. Amo o povo de Israel".
Ignorando as contradições surgidas no seio do governo Bolsonaro, principalmente entre o presidente e as falas dos generais Augusto Heleno (ministro do Gabinete de Segurança Institucional) e Santos Cruz (ministro da Secretaria Geral do Governo), o embaixador israelense foi peremptório: "A transferência acontecerá" e sem pejo comparou o anúncio de Bolsonaro com a decisão do presidente estadunidense Donald Trump, que transferiu a embaixada norte-americana de Tel Aviv para Jerusalém.
O embaixador israelense também fez na entrevista considerações otimistas sobre o comércio entre Brasil e Israel, a cooperação econômica e tecnológica bilateral e no setor de vigilância das fronteiras.
