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Empreiteiras brasileiras ganham espaço e polêmica no exterior

Em dez anos, financiamentos do BNDES para obras internacionais tiveram uma alta superior a 560%. Por outro lado, projetos foram embargados em pases como a Bolvia e o Peru

Empreiteiras brasileiras ganham espaço e polêmica no exterior (Foto: Divulgação)
Roberta Namour avatar
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As empreiteiras brasileiras aumentaram sua presença em países da América Latina nos últimos dez anos. No entanto, muitos dos projetos se envolveram em polêmicas. As questões mais controversas estão ligadas a construções de usinas hidrelétricas em territórios indígenas e em zonas com grande área florestal nativa. As informações são da BBC. O caso mais recente ocorreu na Bolívia. O presidente Evo Morales promulgou uma lei que transforma em "zona intocável" a reserva indígena de Tipnis, no centro do país, onde a empreiteira OAS construía uma rodovia por US$ 420 milhões.

Somente na América Latina, as cinco maiores empreiteiras brasileiras - Odebrecht, Andrade Gutierrez, Queiroz Galvão, OAS e Camargo Corrêa - realizam atualmente obras em pelo menos 16 países, fora o Brasil. Elas são beneficiadas pelo BNDES. Nos útimos dez anos, o desembolso de financiamentos do banco para obras de empreiteiras brasileiras no exterior teve uma alta superior a 560%, de US$ 194,5 milhões para US$ 1,3 bilhão no ano passado. Entre janeiro e julho deste ano, os desembolsos foram de US$ 776 milhões.

Muitas das obras previstas, no entanto, não foram realizadas. A usina de Inambari, no Peru, que deveria ter sido construída em uma área de floresta pela brasileira OAS, foi suspensa pelo governo. O mesmo aconteceu com as usinas de Pakitzapango, no rio Ene, e Tambo 40, no rio Tambo. A tribo Asháninka alega que as obras seriam uma ameaça à vida dos cerca de 10 mil indígenas que vivem na região.

No Equador, a construção de outra hidrelétrica gerou uma tensão diplomática. Em 2008, o presidente equatoriano, Rafael Correa, embargou os bens da empreiteira brasileira Odebrecht, que construiu a usina de San Francisco, e impediu a saída de funcionários da empresa do país, devido a supostas falhas no funcionamento da hidrelétrica.

Na Nicarágua, houve protestos envolvendo as obras da hidrelétrica de Tumarín, sob encargo da empreiteira brasileira Queiroz Galvão. BBC

 

 

 

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