Escolas mineiras terão detectores de metais
Lei foi sancionada pelo prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda
As escolas públicas da rede municipal de Belo Horizonte com mais de 500 alunos passarão a contar com detectores de metais. Um projeto de lei aprovado em maio foi sancionado pelo prefeito da capital mineira, Marcio Lacerda (PSB). A lei 10.204, publicada ontem no Diário Oficial, determina que "o ingresso de toda e qualquer pessoa em estabelecimento de ensino da rede pública municipal, sem exceção, está condicionado à passagem por um detector de metais e à inspeção visual de seus pertences, quando identificada alguma irregularidade".
A medida, porém, foi recebida com críticas por especialistas e educadores. O projeto de lei - de autoria do vereador Cabo Júlio (PMDB), um ex-policial militar - é de 2009, mas foi aprovado sob o calor da comoção causada pelo massacre na escola municipal Tasso da Silveira, em Realengo, no Rio de Janeiro, no dia 7 de abril. Na maior tragédia ocorrida em uma instituição de ensino brasileira, 12 alunos foram mortos pelo ex-aluno Wellington Oliveira de Menezes, de 23 anos, que entrou na escola com duas armas.
Para o doutor em Ciências Sociais e especialista em educação, Rudá Ricci, trata-se de uma "ação midiática", vinculada a uma tendência de se criar "mecanismos de controle fechado" nas instituições de ensino. "É uma ação emergencial completamente catastrófica a longo prazo", disse Ricci, para quem medidas de cerceamento contribuem para a formação de gangues juvenis. "Quando você cerca, você cria reação".
A presidente da Confederação Nacional das Associações de Pais e Alunos (Confenapa), Iedyr Gelape Bambirra, considera a lei uma "cortina de fumaça". "É um gasto que não sei se surtirá qualquer efeito. Quando querem entrar com arma ou bebidas, basta jogar pelo muro. Não vai ser o detector que vai resolver", avaliou.
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