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Brasil

Esposa de Mauro Cid integrava rede de fake news sobre vacinas e falava em fraudar certificado de imunização

Em uma conversa, uma amiga de Gabriela Cid confessa: "meu marido tem um amigo que faz parte de um grupo chamado 'não vacinados'. Todos têm o ConecteSUS. Vou descobrir o esquema"

Tenente-coronel Mauro Cid (Foto: Pedro França/Agêcia Senado)
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247 - A Polícia Federal concluiu que Gabriela Cid, esposa de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), tinha participação na disseminação de notícias falsas sobre as vacinas contra Covid-19, em uma rede que contava com parentes de militares. Também foram identificadas conversas em grupos sobre como fraudar os certificados de imunização. Os dados foram extraídos do aparelho celular de Gabriela Cid, apreendido durante operação da PF que prendeu o tenente-coronel Mauro Cid.

Em mensagens trocadas com seus contatos, a esposa do oficial diz em tom de ironia: "tomei minhas doses kkkkk". Ela, no entanto, nunca foi imunizada. Gabriela Cid tinha um certificado falso. A partir das informações extraídas do celular de Gabriela Cid, segundo Aguirre Talento, do UOL, a PF avalia que ganham ainda mais peso as suspeitas da participação de Mauro Cid e sua família em um esquema de fraudes em certificados de vacina.

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Também foi encontrada no celular de Gabriela Cid uma lista de tarefas necessárias para sua viagem aos Estados Unido. Um dos itens era exatamente o "cartão de vacinação". Ao lado, ela colocou um símbolo indicando que a tarefa havia sido resolvida, o que aponta para o uso do certificado falso para entrar em território estadunidense.

Em um outro diálogo consultado pela PF, Gabriela Cid criticou a necessidade de utilizar máscara de proteção contra o coronavírus. Ela ainda diz em novembro, após a eleição do presidente Lula (PT), que o novo governo iria impor novamente as restrições da Covid-19. A esposa do militar ainda diz que a companhia de balé de sua filha havia solicitado o uso de máscaras. "Falei que ela não irá de máscara", escreveu

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Em mensagem datada de 30 de novembro de 2022, Gabriela Cid faz um pedido a uma amiga, buscando obter um vídeo contendo informações falsas sobre a Covid-19, com a intenção de compartilhá-lo com outras pessoas: "vc tem aquele documentário sobre a vacina? Mostrando os coágulos sendo retirados nas autópsias?".

As autoridades da Polícia Federal identificaram imagens provenientes de um grupo no WhatsApp denominado "Mulheres 2.0", do qual Gabriela Cid era uma participante ativa. Nesse grupo, os membros, ainda não identificados pela PF, debateram métodos para adulterar o ConecteSUS, o sistema do Ministério da Saúde responsável por rastrear as doses de vacinação administradas aos cidadãos brasileiros. O diálogo teve início após o compartilhamento de uma notícia datada de dezembro do ano anterior, a qual alegava que o Ministério da Saúde havia encomendado 50 milhões de doses da vacina Pfizer. Logo após, uma das participantes afirmou que o governo do presidente Lula pretendia impor uma vacinação compulsória à população brasileira, o que não se concretizou. As integrantes do grupo então discutiram maneiras de combater a vacinação, com uma delas mencionando ter adquirido nos Estados Unidos um cartão falso de vacinação da Pfizer. Outra deu a ideia de fraudar o ConecteSUS, sugerindo: "contrate um hacker para colocar no ConecteSUS. Ou fala que o celular foi roubado e não tem como mostrar". Finalmente, uma das participantes admitiu possuir conhecimento sobre um esquema de falsificação de certificados: "meu marido tem um amigo que faz parte de um grupo chamado 'não vacinados'. Eles todos têm o ConecteSUS. Rs. Vou descobrir o esquema". A Polícia Federal considerou esse diálogo relevante, especialmente porque Gabriela Cid também havia produzido um certificado falso de vacinação.

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Em janeiro de 2023, Gabriela enviou a seu irmão um artigo sobre a imunização compulsória dos indivíduos presos pela tentativa de golpe no dia 8 de janeiro, expressando críticas a essa ação. Ela escreveu: "criminoso vc ser obrigado [a se vacinar]". O irmão questionou como ela reagiria caso estivesse na mesma situação. Gabriela respondeu ironicamente: "já tomei minhas doses kkkkk". Sobre esta conversa, a Polícia Federal salienta que "Gabriela e Gilberto, em tom aparentemente sarcástico, conversam sobre as exigências da comprovação de vacinação em alguns casos. Cabe ressaltar que Gabriela Cid e Gilberto, apesar de aparentarem não terem sido vacinados, afirmam possuir o cartão de vacinação".

Em outro contexto, Ticiana Villas Bôas, filha do general do Exército Villas Bôas, demonstrou concordância com as visões de Gabriela Cid contrárias às vacinas. Em novembro de 2022, Gabriela compartilhou com sua amiga um trecho de um documentário contendo informações falsas sobre a vacina e comentou: "e ainda querem vacinar bebês". Ticiana respondeu: "aqui ninguém rela nos meus filhos. Nem em mim".

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Além disso, também em novembro, Gabriela enviou uma mensagem de áudio para a esposa de um militar, disseminando informações falsas sobre supostas mortes ocorridas após o uso de vacinas: "você vê até com relação à vacina... é... eles querem porque querem impor a vacinação. Inclusive agora, até em criança. E a gente tá vendo... a quantidade de gente que tá morrendo... é... a gente tá vendo tudo, né? (...) Eu vou confiar, sei lá, numa Anvisa, por exemplo, entendeu? Eu não confio em ninguém. Eu não confio, já há muito tempo eu falo, o meu medo é que comecem a administrar vacina pra tal coisa dizendo que, vamos supor, uma poliomielite, sei lá, qualquer coisa, eu não tô falando da pólio, né? Eu só citei essa doença assim porque eu lembrei dessa doença. Mas assim, o meu medo é administrarem, né? Uma vacina de covid dizendo que é outra, a gente tá sendo enganado, sabe? Há muito tempo eu penso nisso. Porque não dá pra confiar em ninguém, não dá, não dá há muito tempo".

O UOL tentou ouvir Gabriela Cid e Ticiana Villas Bôas, que não responderam.

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