Estabilidade de Bolsonaro depende em boa medida dos militares

247 - O cientista político Eliézer Rizzo de Oliveira, especialista em assuntos militares, analisa a crise que se instaurou no governo Bolsonaro entre as Forças Armadas e o núcleo de extrema direita orientado pelo astrólogo Olavo de Carvalho, guru do presidente e de seus filhos.

O analista considera em artigo no jornal O Estado de S. Paulo que o presidente pretende desvincular-se da tutela dos generais, o que não é fácil pois em boa medida a estabilidade do governo depende deles.

"O presidente Jair Bolsonaro mudou a inserção internacional do Brasil. Admirador de Trump e amante dos Estados Unidos, cantou louvores aos ditadores que sangraram nossa região. Falou em guerra para destituir o presidente Maduro e foi contido pelo vice, general Mourão, e generais do círculo central do poder", diz o cientista político.

"As Forças Armadas ganham (Previdência militar) e poderão perder prestígio ao se associarem ao desmonte de estruturas de educação, ciência, tecnologia, graduação, pós-graduação, pesquisa, cooperação entre instituições militares e universidades; ao desconectarem-se da sua história nacionalista. Se o Exército é tão associado ao governo, em que situação se encontram a Marinha e a Aeronáutica? A propósito, mal se fala em Defesa Nacional e em soberania.

Referindo-se ao general Eduardo Villas Bôas, o articulista levanta a questão: "Ex-comandante da Amazônia e do Exército, assessor do general Heleno, sua influência funda-se na sua personalidade e na carreira de funcionário fardado. Estaremos diante de uma liderança carismática ao lado dos comandos institucionais?"

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