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“Estado profundo dos EUA age na Bolívia", diz ex-chanceler Celso Amorim

O estado profundo está agindo, porque é estratégico. Uma coisa que os EUA não aceitam é que a América Latina deixe de ser o seu quintal. Se nós queremos não ser quintal, precisamos nos preparar muito", diz o ex-chanceler Celso Amorim sobre o golpe de Estado na Bolívia

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Tutaméia - Há duas coisas em comum entre os países latino-americanos: a grande desigualdade e a dependência em relação às grandes potências, principalmente os EUA. “São coisas centrais que mexem com a política na região. De alguma maneira, o povo latino-americano está mexendo nisso e reações virão. Essa coisa que está acontecendo na Bolívia é uma reação.”

A análise é de Celso Amorim, chanceler no governo Lula e ministro da defesa de Dilma, em entrevista ao Tutameia. Ele liga o golpe militar contra Evo Morales a um contexto de mudanças no continente. As manifestações no Chile, as eleições na Argentina que recolocaram a esquerda no poder e o processo de libertação do presidente Lula são partes de um todo que, segundo ele, leva a reação a raciocinar:

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“Vamos aproveitar que aqui tem jogo, do ponto de vista dos interesses externos estratégicos que são do estado profundo norte-americano, que nunca são abandonados. O estado profundo está agindo, porque é estratégico. Uma coisa que os EUA não aceitam é que a América Latina deixe de ser o seu quintal. Se nós queremos não ser quintal, precisamos nos preparar muito, conscientizando, fazendo um trabalho a longo prazo.”

Amorim afirma estar chocado com o golpe na Bolívia. Lembra que Evo tinha demonstrado muita flexibilidade, pedindo uma auditoria da OEA (que tem inclinação pró-EUA) e, em seguida, convocando novas eleições. “Nada mais republicano, [buscar] a vontade do povo. Mas eles não querem a vontade popular, queriam dar o golpe e está acabado.”

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“A gente fica perplexo; é uma situação que tem a ver com toda a nossa região”, avalia Amorim, comparando Evo a Lula. “Tudo que é a favor da igualdade, de uma maior equidade e de uma maior independência dos países na América Latina resulta em golpe. Isso não é novidade. Temos que enfrentar isso.”

Na sua análise, a libertação de Lula tem impacto político no continente num quadro de vitória da esquerda na Argentina e de revoltas contra os modelos neoliberais no Chile e no Equador. Lembra que Steve Bannon, guru da extrema direita mundial, definiu Lula como “pôster boy” (ícone) da “esquerda globalista”.

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“Eles estão querendo mostrar que estão vivos”, afirma.

Nesta entrevista ao Tutameia (veja a íntegra no alto desta página), Amorim, fala das perspectivas da América Latina. Ex-ministro da Defesa, ele fala das divisões nas forças armadas brasileiras sob Bolsonaro e dos impactos da libertação de Lula. Para ele, a liberdade do ex-presidente “deu respiro para a sociedade brasileira, mas a onça vai tentar morder. Temos que estar preparados em todos os sentidos”.

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