Ex-diretor-geral da PF afirma que reunião com Torres na véspera do 2º turno foi marcada por ele 'em cima da hora'
PF suspeita que Anderson Torres, então ministro da Justiça, tentou usar a corporação e a PRF para atrapalhar a votação de eleitores no Nordeste para beneficiar Jair Bolsonaro

247 - O ex-diretor-geral da Polícia Federal(PF) Márcio Nunes afirmou em depoimento que a reunião realizada com Anderson Torres, então ministro da Justiça do governo Jair Bolsonaro (PL), às vésperas do segundo turno, que resultou em uma operação voltada para impedir que eleitores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chegassem aos locais de votação, foi marcada por ele em cima da hora por e sem ter uma pauta definida. O caso é investigado pela Polícia Federal pela suspeita de que Torres teria tentado usar a PF e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) com o objetivo de beneficiar eleitoralmente Jair Bolsonaro.
Segundo o jornal O Globo, em seu depoimento, no dia 11 de maio, Nunes afirmou que fez o convite para que o então ministro viajasse à Bahia porque ele ministro “estava indo mais a eventos da PRF do que da própria PF” e, também para visitar uma obra que estaria sendo realizada no prédio da Superintendência da PF em Salvador.
Na oitiva, Nunes disse que reunião mantida com o então superintendente da PF baiana, Leandro Almada “foi um bate-papo informal, (no qual) foram tratados de uma remoção de uma servidora, do andamento da obra e de assuntos eleitorais, quais sejam o reforço do efetivo nas eleições, tendo o depoente determinado que fosse colocado o máximo possível de servidores para trabalhar nas eleições”.
O depoimento do ex-diretor-geral da PF é semelhante à versão relatada por Torres no dia 8, quando ele foi ouvido no âmbito do inquérito. O ex-ministro, que foi preso preventivamente pela suspeita de omissão nos atos terroristas do dia 8 de janeiro, nega que tenha cometido alguma irregularidade.
Já Almada disse aos investigadores que “a tônica da reunião (com Torres e Nunes) foi em torno da questão eleitoral” e que os superiores “pediram para reforçar bastante a nossa parte ostensiva no dia do segundo turno, porque eles ouviram relatos de uma compra de votos muito grande que estaria ocorrendo no estado da Bahia”
Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:
O conhecimento liberta. Quero ser membro. Siga-nos no Telegram.
A você que chegou até aqui, agradecemos muito por valorizar nosso conteúdo. Ao contrário da mídia corporativa, o Brasil 247 e a TV 247 se financiam por meio da sua própria comunidade de leitores e telespectadores. Você pode apoiar a TV 247 e o site Brasil 247 de diversas formas. Veja como em brasil247.com/apoio
Apoie o 247
Comentários
Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor, e não do 247