Extradição de nazista: Araújo não é responsável, mas a História é irônica
"Ernesto Araújo é porta-voz de uma política fanaticamente pró-Israel, que aceita a ocupação da Palestina e a ideia de supremacia racial – 'povo eleito por Deus' – numa reprodução, em outras gentes, do supremacismo ariano da Alemanha nazista", diz o jornalista Fernando Brito, do Tijolaço
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Por Fernando Brito, do Tijolaço - É evidente que o chanceler Ernesto Araújo não pode ser responsabilizado pelos pensamentos e atitudes de seu pai.
Mas é irônico que seja, como mostra hoje a Folha, filho de um Procurador da República que recusou a extradição de Gustav Franz Wagner, sargento das SS que foi subcomandante do campo de extermínio de Sobibor, na Polônia ocupada, desde a sua criação, em 1942, até outubro de 1943, quando uma sangrenta rebelião de prisioneiros judeus e russos levou ao seu fechamento.
Lá, pouco mais de 500 prisioneiros conseguiram romper a cerca, 200 escaparam às minas que cercavam o campo e se internaram numa floresta próxima. Mas só 53 escaparam dos grupos de extrema-direita, anti-semitas, que os caçaram.
Um história tão terrível que deu origem a dois filmes de sucesso, o inglês “Fuga de Sobibor” e o russo “Sobibor”.
O filho do procurador Henrique Araújo, negou pedidos de 3 países que buscavam julgar Gustav Wagner não tem, é claro, que ser julgado pelos atos do pai.
Mas os caprichos da História não são vãos.
Afinal, Ernesto Araújo é porta-voz de uma política fanaticamente pró-Israel, que aceita a ocupação da Palestina e a ideia de supremacia racial – “povo eleito por Deus” – numa reprodução, em outras gentes, do supremacismo ariano da Alemanha nazista.
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