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Federação entre PP e União Brasil é etapa para fusão entre os dois partidos, diz Lira

Caso a confederação se concretize, ela contará com 106 assentos na Câmara e 15 no Senado, passando o PL e se tornando a principal força do Congresso

Arthur Lira (Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados)

247 — O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), afirmou nesta segunda, 6, que a federação entre seu partido e o União Brasil é um passo para a fusão entre as duas legendas. Segundo ele, devido à reforma eleitoral de 2017 — realizada após o golpe de Estado e que dificulta o acesso de partidos pequenos — a tendência do Brasil é ter apenas sete ou oito partidos.

“Se deve pensar bastante antes de fazer, mas se o meu partido e o União Brasil chegarem a um acordo de governança de que a federação será compatível para os dois partidos, depois de duas eleições ou quatro anos, sair dela vai se tornando cada vez menos provável. Até porque, na raiz dos partidos a cepa é a mesma. Como nos partidos de esquerda que estão federando também a cepa é a mesma”, declarou Lira em reunião do Conselho Político e Social (COPS) da Associação Comercial de São Paulo (ACSP).

Os partidos que se unem em federações devem atuar juntos por pelo menos quatro anos no Congresso e nas eleições majoritárias. “Se houver federação entre Progressistas e União Brasil, é uma etapa para a fusão. É um noivado, um namoro”, explicou. “Nós vamos caminhar para uma diminuição partidária, claro, talvez para 7 ou 8 partidos. Dois de esquerda, dois de direita e uns três de centro. É o que a gente desenha. Para diminuir isso, acho que mais a curto prazo, são as federações”, defendeu.

Lira ainda disse que, antes de discutir o fim da reeleição para presidente da República, seria preciso debater um mandato presidencial de cinco anos e a realização das eleições municipais no mesmo ano do pleito nacional, para que o País não fique “sem funcionar” a cada dois anos. Ele ainda voltou a defender a adoção do semipresidencialismo no País a partir de 2030 ou 2034. Negou, no entanto, que queira ser primeiro-ministro, afirmando que pretende já ter encerrado sua carreira política até essa data.

Na semana passada, o União Brasil e o PP adiaram mais uma vez o anúncio da federação, pois as legendas estão com dificuldade para fechar acordos sobre os comandos em algumas executivas estaduais. Caso a confederação se concretize, ela contará com 106 assentos na Câmara e 15 no Senado — passando o PL, que tem 99 deputados e 12 senadores. União e PP ainda buscam incorporar o Avante na federação, o que aumentaria o número de cadeiras na Câmara para 113.