Felipe Neto critica posição de Lula em encontro com Maduro e condena abraço a "ditadores" em nome da diplomacia

No entanto, o influenciador digital também avaliou que os Estados Unidos continuam sendo "os piores" e que o imperialismo levou a Venezuela a impor restrições à democracia

Felipe Neto, Nicolás Maduro e Felipe Neto
Felipe Neto, Nicolás Maduro e Felipe Neto (Foto: Reprodução | Marcelo Camargo/Agência Brasil)


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247 - O influenciador digital Felipe Neto foi às redes sociais nesta segunda-feira (29) postar um texto sobre sua posição em relação ao governo do presidente bolivariano da Venezuela, Nicolás Maduro, por ocasião da visita do chefe de Estado a Brasília, onde se reuniu com o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva. 

Em sua avaliação, ao combater o imperialismo estadunidense, o governo da Venezuela acabou por minar garantias democráticas, como a independência do Poder Judiciário. "Eu, pessoalmente, particularmente, não posso concordar com esses métodos, não irei passar pano para os crimes contra a humanidade praticados no regime de Maduro, ainda que do outro lado esteja a demoníaca necessidade norte-americana de invasão e controle", escreveu Felipe Neto.

O comunicador considerou que o presidente Lula cometeu um grande erro ao, em sua visão, transmitir uma imagem que dá "munição" aos bolsonaristas. "Sou veementemente contra que essa diplomacia seja feita com sorrisos, abraços e votos de confiança pública com ditadores e com quem ataca os Direitos Humanos", disse. 

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Leia abaixo o texto de Felipe Neto na íntegra: 

"Eu sei que parte da esquerda fica puta comigo quando condeno abertamente o Maduro. Entendo contextos, principalmente históricos, do que representa a resistência à invasão dos EUA e da tentativa de golpe na Venezuela. Dito isso, discordo sobre a forma de condução dessa "democracia" na Venezuela, principalmente no âmbito do respeito aos Direitos Humanos.

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Concodo que os EUA são piores e que há uma hipocrisia imensa quando se analisa relações internacionais entre chefes de Estado, onde todo mundo aceita abraçar um presidente norte-americano que comanda assassinatos e guerras pelo mundo, mas condena abraçar o Maduro. Isso é sintoma de uma sociedade doente, muito doente.

Contudo, nessa luta contra o imperialismo norte-americano, por soberania e por resistência, a democracia venezuelana foi destroçada, as liberdades diretamente atingidas, com direito a fechamento de emissora e golpe na Suprema Corte, quando Chavez aumentou de 20 para 32 juízes com o objetivo claro de ter o controle das decisões.

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Eu, pessoalmente, particularmente, não posso concordar com esses métodos, não irei passar pano para os crimes contra a humanidade praticados no regime de Maduro, ainda que do outro lado esteja a demoníaca necessidade norte-americana de invasão e controle.

Dito isso, o grande erro de Lula, ao meu ver, é da mensagem que ele quer transmitir ao mundo e ao povo brasileiro. Narrativas, por mais podres que possam ser, existem. E hoje, Lula deu um tiro no pé da própria imagem, enchendo a extrema direita de munição para metralhar a percepção pública de seu governo durante bastante tempo.

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Pelo conjunto da obra, sou a favor da diplomacia com países que compõem a estratégia de relações internacionais, mas sou veementemente contra que essa diplomacia seja feita com sorrisos, abraços e votos de confiança pública com ditadores e com quem ataca os Direitos Humanos.

E lembre-se: bolsonarista não tem moral para condenar Lula, visto que o próprio Bolsonaro declarou que um de seus heróis pessoais é o falecido ditador, torturador e estuprador de crianças Alfredo Stroessner, além dos sanguinários Augusto Pinochet, Ustra, Alberto Fujimori e outros. Sem contar nas relações internacionais com encontros, sorrisos e votos de confiança com ditadores da Arábia Saudita, Hungria, Emirados Árabes e Bahrein.

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Quem sabe um dia eu mude de ideia, enxergue algum ponto que ainda não enxerguei. Continuarei lendo e estudando pra isso, como sempre faço. Mas hoje, essa é a minha posição".

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