HOME > Brasil

Fepal sobre palestinos libertados: 'um capítulo da resistência foi escrito'

'A Palestina será livre do apartheid, do supremacismo, do genocídio', escreveu a entidade, que também fez críticas à imprensa tradicional brasileira

Palestinos (Foto: Divulgação (Fepal))

247 - A Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal) destacou nesta sexta-feira (24) a importância do acordo entre o grupo islâmico Hamas e o governo de Israel. Foram libertadas 24 pessoas (13 mulheres e crianças israelenses, 10 cidadãos tailandeses e 1 filipino). Em troca, autoridades de Israel libertaram 39 palestinos que estavam presos no país. Mais de 100 prisioneiros palestinos devem ser libertados nos próximos quatro dias e mais poderão ser libertados se a trégua for prorrogada.

"Um capítulo da resistência palestina foi escrito", publicou a Fepal na rede social X. "A Palestina será livre. Livre do apartheid, da ocupação, do supremacismo. Livre do genocídio. Livre, do Rio ao Mar. Em nosso tempo de vida". Segundo a entidade, os palestinos são "protagonistas" da "própria história" desse povo. 

"Você não verá essas fotos estampadas nos jornais, muito menos nossas histórias contadas na televisão. Nós, palestinos, não somos humanos aos olhos dos que decidem quem é 'herói ou vilão' no horário nobre", afirmou a entidade, que já fez críticas à Globo ao afirmar que a emissora apoia "uma noção eugenista" do conflito entre israelenses e palestinos.

Para as famílias dos detidos palestinos libertados por Israel em um acordo de reféns estabelecido com o grupo islâmico Hamas, a trégua no conflito trouxe um alívio misturado com a tristeza pelos combates que devem continuar em Gaza após o término do período de trégua de quatro dias.

“Não há alegria verdadeira, nem mesmo esta pequena alegria que sentimos enquanto esperamos”, disse Sawsan Bkeer, mãe da prisioneira palestina Marah Bkeer, de 24 anos, detida por oito anos sob acusações de agressão e ataque com faca em 2015. A polícia israelense fez uma operação de busca em sua casa em Jerusalém antes de sua filha ser libertada. “Ainda temos medo de nos sentirmos felizes e, ao mesmo tempo, não temos condições de ser felizes devido ao que está acontecendo em Gaza”, disse ela.

Em Beitunia, uma cidade perto de Ramallah, na Cisjordânia ocupada, uma grande multidão, majoritariamente constituída por homens jovens, saudou os prisioneiros libertados aplaudindo, buzinando e marchando pelas ruas carregando bandeiras palestinas.

Algumas pessoas na multidão também carregavam a bandeira do grupo militante Hamas, que governa Gaza, e gritavam em apoio a Abu Ubaida, o porta-voz do braço armado do grupo. "Não consigo expressar o que sinto. Graças a Deus", disse Laith Othman, de 17 anos, que foi detido no início deste ano sob suspeita de atirar um dispositivo incendiário e libertado nesta sexta. “A situação dentro (da prisão) é muito difícil”, disse ele enquanto era carregado pela rua nos ombros de alguém.

*Com informações da Reuters