Fiscalização como a que resultou na apreensão das joias sauditas não é aleatória, diz delegado da Receita Federal
“Ao todo, mais de 50 variáveis de dados são cruzadas para apresentar uma espécie de ranking daqueles passageiros que devem ser auditados", disse Mario de Marco Rodrigues Sousa
247 - O chefe da Receita Federal do aeroporto internacional de Guarulhos, delegado Mario de Marco Rodrigues Sousa, responsável pela apreensão das joias avaliadas em R$ 16,5 milhões dadas pela monarquia saudita ao casal Bolsonaro e que integrantes de uma comitiva oficial tentaram trazer ilegalmente para o país, disse que a fiscalização não é feita de forma aleatória, mas baseada em sistemas de inteligência e de monitoramento de dados, além do treinamento das equipes de fiscalização.
“Antes de o voo pousar, a Receita já sabe quem ela vai fiscalizar ou não daquele voo”, disse De Marco ao jornal O Estado de S. Paulo. “Ao todo, mais de 50 variáveis de dados são cruzadas para apresentar uma espécie de ranking daqueles passageiros que devem ser auditados. A alfândega em Guarulhos, incluindo a área administrativa, conta com cerca de 200 funcionários, sendo que parte dessa equipe se reveza em quatro turnos de trabalho ininterrupto, cobrindo as 24 horas do dia, em todos os dias da semana”, ressalta a reportagem.
A fiscalização alcança cerca de 1,2 mil pessoas das quase 20 mil que passam pelo terminal diariamente, o que corresponde a “6% do tráfego total diário em Guarulhos, para que eles e suas bagagens passem pelo equipamento de raio X. Desses 1.200, cerca de 400 costumam ser chamados para que abram as suas malas para inspeção. Foi nesta seleção restrita que caiu Marcos André Soeiro, quando foi passar pelos auditores da Receita no dia 26 de outubro de 2021". As joias trazidas ilegalmente ao país estavam em uma mochila carregada por Soeiro no momento da apreensão.
