FUP sobre reajustes na gasolina: calamidade com o bolso dos brasileiros
O coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Simão Zainardi, fez a crítica após a Petrobras subir novamente o valor do combustível, com alta de 1,68%, passando a custar R$ 2,2069; "O povo vai precisar escolher nas eleições de outubro deste ano se prefere manter essa política e pagar caro pelos combustíveis ou se quer de volta os preços acessíveis"
247 - O coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Simão Zainardi, criticou a "calamidade com o bolso dos brasileiros", ao fazer referência à política de reajuste de preços da Petrobras, após a estatal subir novamente o valor do combustível nesta quarta-feira (5). Com alta de 1,68%, o preço da gasolina nas refinarias passou de R$ 1,1704, que vigorava desde o último sábado (1º), para R$ 2,2069. De julho de 2017 até hoje, a gasolina aumentou 69% nas refinarias da Petrobras enquanto a inflação do período acumulou 4,8%, segundo dados da subseção do Dieese da Federação Única dos Petroleiros (FUP). A variação do preço do diesel no mesmo período foi de 54%.
O dirigente reforçou que a política de ajustes de preços começou em 2016, quando a direção da Petrobras nomeada pelo "ilegítimo Temer, que tinha assumido interinamente o governo, se reuniu com o Ministério de Minas e Energia e anunciou que a estatal não seria mais responsável pelo abastecimento dos combustíveis a nível nacional". "E foi então que deram início à diminuição do papel do Estado, com incentivos para atrair as indústrias estrangeiras de petróleo para o Brasil e privatizar o setor de refino, entregando nossas riquezas", denuncia. Os relatos foram publicados no site da CUT.
Os R$ 2,2069 são o valor mais alto cobrado pelo preço do litro da gasolina desde julho de 2017, quando a direção da Petrobras, comandada pelo então presidente Pedro Parente – nomeado por Temer após o golpe de 2016, mudou a política de preços e passou a acompanhar as variações cambiais e as oscilações do barril de petróleo no mercado externo.
Após três meses de congelamento devido ao acordo do governo que pôs fim à greve dos caminhoneiros e que envolveu subsídio governamental ao diesel, a Petrobras anunciou também o aumento de 13% no preço médio do produto comercializado nas refinarias do país. "Esse será o cenário enquanto essa política equivocada continuar a ditar os preços da gasolina, diesel, gás de cozinha e demais combustíveis. O impacto no bolso dos brasileiros é muito grande", afirma o dirigente.
Em 2017, foram importados mais de 200 milhões de barris de derivados de petróleo, número recorde da série histórica da Agência Nacional do Petróleo (ANP). Em contrapartida, as refinarias da Petrobras passaram a operar com capacidade inferior a 73%. Em 2014, antes da crise política instalada no país, as refinarias estavam operando com 94% da sua capacidade.
"A maioria dessas importações, que chegaram a alcançar 800 mil barris de gasolina e 700 mil de diesel no mês de maio deste ano, veio da Shell, empresa petrolífera dos Estados Unidos, altamente interessada no nosso petróleo e na política de preços atrelada ao mercado externo", denuncia Simão.
Já nos governos Lula e Dilma, diz o coordenador da FUP, a lógica era inversa. "As nossas refinarias estavam com a produção em alta, com condições de suprir o mercado interno e praticar preços acessíveis à população, pois era respeitado o valor da produção nacional", acrescenta.
"Agora, se der um probleminha na política externa, como foi o caso da guerra da Síria e a briga entre EUA e Irã, o brasileiro é quem vai pagar a conta nas bombas de combustíveis e no gás de cozinha. Imagina se o barril bate U$ 100. Isso é um absurdo", diz o dirigente, lembrando que o barril de petróleo passou de U$ 40 em 2017 para quase U$ 80 em 2018. "O povo vai precisar escolher nas eleições de outubro deste ano se prefere manter essa política e pagar caro pelos combustíveis ou se quer de volta os preços acessíveis".
*Com informações da CUT
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