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Futuro da Delta já divide o governo federal

Enquanto Fernando Cavendish se diz leproso e o TCU aponta superfaturamento nas suas obras, Aldo Rebelo prega a manuteno dos contratos da Copa; no entanto, Miriam Belchior, gestora do PAC, prepara plano B, que prev substituio da empreiteira; se for coerente, Jorge Hage ter que declarar a empresa inidnea

Futuro da Delta já divide o governo federal (Foto: Divulgação)
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247 – Fernando Cavendish, dono da empreiteira Delta, é um homem sincero. Numa gravação, da qual hoje se arrepende, ele disse que, colocando R$ 30 milhões nas mãos de políticos, conseguiria “coisa pra caramba” nos governos (leia mais aqui). Nesta quinta-feira, em entrevista à jornalista Mônica Bergamo, Cavendish fez uma análise franca e realista da sua situação. Disse que com a CPI sobre Carlos Cachoeira, apontado como seu sócio pela Polícia Federal, ele será transformado em “leproso”. “Vou quebrar, agora eu sou bandido”, disse ele (leia mais aqui).

A provável quebra da Delta cria um problema e tanto para o governo federal, pois a empreiteira de Cavendish recebeu R$ 884 milhões e executa diversas obras do PAC ligadas à Copa de 2014 – entre elas, a ampliação do aeroporto de Guarulhos (SP) e a reforma do Maracanã (RJ), que será palco da final do Mundial. Obras, por sinal, que vêm sendo questionadas por órgãos de controle, como o Tribunal de Contas da União em razão de sérios indícios de superfaturamento.

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Esta situação divide o governo federal. Para o ministro Aldo Rebelo, dos Esportes, a empresa deve continuar tocando as obras. “Não vejo por que a investigação deva significar paralisia das obras”, disse ele ontem, em Belo Horizonte. Ora, isso não significaria tolerar a corrupção? Já há indícios de que um “Deltaduto”, operado pelo esquema Carlos Cachoeira financiou diversas campanhas políticas em 2010.

Plano B

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Ciente de que a Delta dificilmente sobreviverá à CPI, a ministra do Planejamento, Miriam Belchior já preparou um Plano B. Ela quer que o Regime Diferenciado de Contratação, conhecido como RDC, passe a valer também para as obras do PAC – o que tornaria mais simples o processo de substituição da Delta por outras empreiteiras, sem que as obras da Copa de 2014, já atrasadas, atrasem ainda mais.

A palavra final caberá ao ministro Jorge Hage, da Controladoria Geral da União. Em 2007, num caso bem menos grave, ele levou pouco mais de três meses para decretar a empresa Gautama inidônea, impedindo que a mesma participasse de obras públicas. Hage nem se deu ao trabalho de esperar um julgamento, que até hoje não ocorreu, para proferir seu atestado de óbito empresarial. Se ele quiser ser minimamente coerente, terá que fazer o mesmo em relação à Delta. E, aparentemente, Fernando Cavendish já se deu conta de que este será o seu destino.

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