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"Governo Bolsonaro é conivente com a pedofilia", diz a jurista Liane Cirne Lins

Liana Cirne Lins comentou o caso da juíza Joana Ribeiro Zimmer que negou a interrupção da gestação da menina de 11 anos que foi estuprada

(Foto: Guga Matos | Clauber Cleber Caetano/PR)
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247 - A vereadora e jurista Liana Cirne Lins (PT-PE) comentou o caso da juíza Joana Ribeiro Zimmer que negou a interrupção da gestação da menina de 11 anos que foi estuprada e engravidou em Santa Catarina. 

“O Brasil é um país onde a infância é criminalizada e a pedofilia é premiada. É muito grave o que aconteceu com essa criança e que nos lembra o episódio de 2020, lamentavelmente ocorrido em Recife. Naquele caso, a ministra das Mulheres e Direitos Humanos, Damares Alves, divulgou o nome da criança, o endereço e a casa da criança passou a virar uma romaria de pessoas que iam lá para pedir para ela não interromper a gestão. Um grupo de fanáticos liderados por uma deputada estadual ficou na porta do hospital obstétrico gritando para essa criança: “assassina”. E ela teve que entrar no hospital escondida no porta malas de um carro”, lembrou a jurista no programa Giro das Onze, da TV 247.

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“Este governo é conivente com a pedofilia. Este é um governo de moralistas misóginos que querem ver essas crianças mortas porque foram estupradas e o corpo delas não tem estrutura para suportar uma gestação”, enfatizou a vereadora.

Segundo ela, não se trata de uma questão moral sobre o abordo, mas “Tem a ver com a proteção da vida e da saúde mental dessas crianças. No entanto, essas crianças são chamadas de assassinas na porta de um hospital, enquanto os pedófilos saem por aí, sendo chamados de pai”, disse. Ela se refere a fala da juíza Joana Ribeiro Zimmer que ao coagir a menina de 11 anos a desistir de interromper a gestação, se referiu ao estuprador como pai.

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“Não é possível que bolsonaristas se autointitulem defensores da moral porque eles não são. São hipócritas e não podemos mais admitir e se calar quando a vida das nossas crianças está em risco que é institucionalizado pelo próprio Ministério da Mulher e dos Direitos Humanos”, acrescentou.

Para Liana, as crianças são submetidas a uma “tortura”. Especificamente no caso da criança em Santa Catarina, a vereadora recifense diz que a “juíza praticou atos jurisdicionais que se configuram como tortura”.

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Vítima de estupro, a criança de apenas 11 anos foi mantida há mais de um mês pela Justiça de Santa Catarina em um abrigo para evitar a realização de um aborto legal. Em um vídeo obtido pelo The Intercept Brasil, a juíza titular da comarca de Tijucas, Joana Ribeiro Zimmer, aparece induzindo a criança a manter a gestação, apesar da legislação permitir o aborto em caso de violência sexual, sem impor qualquer limitação de semanas da gravidez e sem exigir autorização judicial.

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