Governo editou MP visando “acordão”, diz procurador

247 – Em uma dura crítica à chamada MP da Leniência, assinada em dezembro pelo governo da presidente Dilma Rousseff, o procurador regional da República Carlos Fernando dos Santos Lima, integrante da força-tarefa da Lava Jato, afirma que o governo visa um "acordão" com a nova versão do texto, que institui novos padrões para acordos de leniência com empresas que cometerem atos de corrupção.

"Esses acordos revelaram estruturas sistêmicas de corrupção de agentes públicos e políticos, em benefício de empresas em obras federais, e da estrutura político-partidária que sustenta o governo", diz ele. Na avaliação do procurador, "o governo atropelou mudanças legislativas discutidas no Congresso, em urgência que somente se explica pela necessidade de estancar essas revelações".

"A edição sorrateira da medida provisória, em pleno recesso, trouxe mudanças que interessam, em essência, às empreiteiras investigadas", critica ainda. "Enfim, todas as mudanças necessárias para viabilizar o 'acordão'", completa. Segundo ele, ao dizer que a estratégia busca garantir o ressarcimento da Petrobras e evitar um mal maior à economia brasileira, o governo usa "a estratégia do medo".

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