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Graziano: combate do Brasil à fome é exemplo e inspiração no mundo

Ex-diretor-geral da FAO (ONU) por dois mandatos, José Graziano da Silva, em entrevista à TV 247, descreve que a luta do Brasil para retirar o país do mapa da fome aconteceu no menor período de tempo do mundo, se comparada com iniciativas de outros países. E alerta que a conquista histórica pode ser revertida caso não se dê continuidade às ações iniciadas nas últimas duas décadas. "Combater a fome não é nada sofisticado. Basta vontade política", assegura. Assista

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247 - Ex-diretor-geral da FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura) por dois mandatos - um período de quase oito anos - José Graziano da Silva conversou com a TV 247 sobre a implantação dos programas que consolidaram a luta do Brasil pelo combate à fome e como isso se tornou um exemplo no mundo. Ele alertou para o risco de voltarmos para o mapa da fome e ainda para um perigo bastante atual na sociedade, brasileira e mundial: a obesidade.

Segundo Graziano, o exemplo do Brasil na erradicação da fome é emblemático porque aconteceu num tempo recorde mundialmente: cerca de dez anos. E que por isso acabou servindo de inspiração para outros países, inclusive desenvolvidos. “O Brasil é o único caso dos tempos modernos de um país dessa dimensão, com o tamanho da população brasileira e com o tamanho do problema da fome no Brasil, que logrou em menos de dez anos a eliminação da fome. Isso se deve a um conjunto articulado de políticas. Antes se pensava que não era possível erradicar a fome, o Fome Zero mostrou que é possível sim erradicar a fome”.

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Um dos mentores do Fome Zero, iniciativa criada durante o governo do ex-presidente Lula que abrange cerca de 40 programas voltados para o combate à fome e a má alimentação, disse que o programa foca na distribuição do alimento, uma vez que, conforme ressaltou, já existe produção suficiente de comida para todos.

“Primeiro é a preocupação com a alimentação, em tornar o alimento disponível, isso não era só produzir mais alimento. Por volta de 1980, o Brasil e o mundo já tinham mais que o suficiente de alimentos produzidos para garantir que ninguém fosse para a cama com fome, e continuava crescendo o número da fome. Aí que deu essa volta do enfoque: em vez da produção, o acesso. Não basta produzir, tem que chegar o alimento”.

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Ele completou dizendo que é necessário políticas públicas para combater a fome e ressaltou que este é um problema de todos. “É preciso uma ação pública. Não podemos continuar achando que o problema de comer é de cada um, do indivíduo. Essa é uma noção que não tem paradeiro na história, a equação da fome sempre foi organizada pelos Estados”.

Graziano foi responsável por anunciar, em 2015, que o Brasil havia deixado o mapa da fome, uma conquista histórica. Na entrevista, ele destacou que apesar de o país não ir no tema atualmente, continua fora do mapa da fome, "por enquanto”. O abandono do governo em torno do tema pode fazer com que o Brasil volte ao mapa da fome até 2022 ou no máximo 2024.

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O ex-diretor-geral da FAO alertou ainda para o crescimento da obesidade no mundo e destacou o tema como uma das maiores preocupações que devemos ter atualmente. De acordo com dados das Nações Unidas Brasil de maio de 2019, o sobrepeso e a obesidade têm um custo exorbitante para a saúde e em perdas de produtividade. Os prejuízos são estimados em 2 trilhões de dólares por ano.

Graziano lembrou que 20% da população brasileira é obesa e que, no mundo, se gasta mais com obesidade do que com tabagismo no sistema público de saúde. “O que espanta mais no Brasil é o aumento da obesidade. O país chegou agora a 20% de população obesa, principalmente entre crianças até 5 anos e mulheres, o que significa comprometer uma geração futura. A obesidade hoje custa ao sistema público de saúde mais que o tabagismo”.

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Por fim, ele também defendeu a indicação de Lula ao Prêmio Nobel da Paz e avaliou que suas lutas contra a fome e em outras pautas, como a ambiental e a parceria entre países pobres, o credenciam para a agremiação, sobre a qual "há uma grande esperança".

“Lula tem três frentes para esse tema do Nobel da Paz. O primeiro é a fome, há uma relação direta entre fome e guerra, fome e conflito. Combater a fome é lutar pela paz, não há possibilidade de ter uma paz estável com fome. Essa é uma marca que o Lula sempre propagou. Lula também foi um incansável defensor das propostas ambientais e da ajuda dos países pobres aos países pobres”, detalhou.

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