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“Há uma divisão importante no seio da burguesia brasileira”, diz Breno Altman

O jornalista avaliou que a elite financeira vem se distanciando cada vez mais de Jair Bolsonaro, diante das ameaças golpistas. Altman reforçou, no entanto, que esse grupo segue aliada à política econômica, prejudicando a luta política. “É um fato importante, mas que não decide”, disse à TV 247. Assista

Breno Altman (Foto: Felipe L. Gonçalves/Brasil247)
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247 - O jornalista Breno Altman, em entrevista à TV 247, avaliou que o manifesto das elites econômicas criticando as aventuras golpistas de Jair Bolsonaro representa a formação de um desacordo na burguesia brasileira. Sob o título “Eleições serão respeitadas”, o texto pede respeito às eleições de 2022 e a garantia de realização do pleito e vem em resposta às ameaças golpistas. O manifesto foi assinado por mais de 250 acadêmicos, empresários, intelectuais, políticos, artistas e outras personalidades da sociedade civil.

Para Altman, no entanto, a dissidência das elites não altera a luta política, uma vez que esses mesmos empresários se utilizam da política econômica do governo para extrair lucros exorbitantes. 

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“É uma divisão importante no seio da burguesia brasileira. Uma fração robusta que abriu dissidência pública em relação ao Bolsonaro no que diz respeito, evidentemente não a sua agenda econômica, não há uma letra a esse respeito no manifesto, mas em relação ao caminho político escolhido pelo Bolsonaro. É uma dissidência que enfraquece o Bolsonaro. Agora, ela decide a luta política? Não, ela não decide a luta política. É um fato importante, ele não deve ser menosprezado, mas ele é um fato que sempre tem que estar carimbado com a seguinte situação: boa parte dos empresários que assinam o manifesto recolhem lucros extravagantes sob o governo Bolsonaro. Por exemplo, a família Setúbal, integrantes proprietários do Banco Itaú, firmaram o manifesto. Os lucros do Itaú batem recordes inacreditáveis durante a pandemia e isso gera uma situação ambígua a respeito de até onde esses empresários estão dispostos a ir para derrotar ou afastar Bolsonaro”, disse Altman. 

O jornalista reforçou que as elites buscam criar pressão sobre o governo para emplacar a terceira via: “Se eles realmente, além de um manifesto que envernizasse sua imagem, tivessem dispostos a exercer pressão sobre aqueles que eles financiam e que estão no Congresso Nacional, é possível que se houvesse condições do impeachment, ou pelo menos essas condições estariam fortalecidas. Não é o que temos assistido. Eu acredito que é, fundamentalmente, um manifesto, embora a aparência seja contra o Bolsonaro, que tenta soltar a terceira via. Ou seja, é um manifesto que busca enfraquecer o Bolsonaro e tenta criar as condições políticas e morais para a elite brasileira apoiar a terceira via”.

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