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Brasil

Haddad quer ser ministro de Lula. 'Precisamos reativar a democracia'

Coordenador de campanha e candidato a vice diz que se empenhou por uma frente mais ampla. E aposta em coalizão no segundo turno e no governo, em torno de projeto inclua revogação de medidas de Temer

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Vitor Nuzzi, da RBA - Candidato a vice-presidente na chapa liderada por Luiz Inácio Lula da Silva, que será registrada no próximo dia 15, Fernando Haddad afirmou nesta terça-feira (7) que quer ser ministro do governo Lula, para ele o candidato de fato e por direito. "Eu entendo perfeitamente bem a minha posição nessa chapa", disse o ex-prefeito em entrevista coletiva a veículos alternativos, no Instituto Lula, na zona sul de São Paulo, de onde saiu para reunião com Manuela D´Ávila, na sede do PCdoB.

Coordenador do programa de governo, Haddad afirmou ter se empenhado pessoalmente na formação de uma frente mais ampla já no primeiro turno, "mas em torno do Lula". Segundo ele, a "insegurança jurídica" dificultou a ampliação de alianças de centro-esquerda, mas o segundo turno garante chances maiores de formar uma "boa coalizão" de largada já com vistas ao governo e à elaboração de um plano nacional de desenvolvimento.

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No dia em que a prisão do ex-presidente completa quatro meses, Haddad disse que não se pode "naturalizar" o fato de Lula estar preso devido a um processo "que não para em pé". A prisão é um "equívoco histórico", definiu. "É a palavra de um delator que quer se safar contra a palavra de um presidente que saiu com 80% de aprovação e todo mundo quer de volta. É disso que se trata."

O PT vai insistir na presença do ex-presidente nos debates. "A discussão jurídica não restringe a participação do candidato em nenhum aspecto", diz, citando a lei eleitoral. Mas Haddad observou, em seguida, que "estamos numa situação em que a palavra 'não' ou 'sim' tem duas interpretações no Brasil". Ele fez referência ao fato de a Rede Globo ter feito, pouco antes do cinquentenário, uma espécie de mea culpa sobre o apoio ao golpe de 1964. "Não temos 49 anos para apresentarem um pedido de desculpas. Então, não vamos abrir mão do Lula."

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Ao comentar o Plano Lula de Governo, aprovado na semana passada pelo partido, mas ainda sujeito a alterações e contribuições dos aliados PCdoB e Pros, além do PCO, Haddad afirmou que pela primeira vez o PT "põe com todas as letras" o enfrentamento direto a dois problemas considerados graves, a falta de acesso ao crédito e à informação. Fez certa autocrítica em relação ao segundo tema, comentando que algumas medidas poderiam ser adotadas nos governos anteriores para aumentar a diversidade de vozes e, assim, "criar mais consciência política".

O partido também pretende rever várias das medidas do atual governo, seja por emenda, lei ordinária ou, conforme o caso, atos administrativos. Mas enfrentará um Congresso cujo perfil deverá continuar conservador. O próprio ex-prefeito e ex-ministro prefere a definição "golpe parlamentar" para o que aconteceu em 2016: "Sem o Parlamento ter sido instrumentalizado pelo MDB e pelo PSDB, ele (golpe) não seria possível".

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Sobre a possível relação com um Congresso conservador a partir de 2019, Haddad aposta na reação popular. "O golpe deu errado. Eles tinham a expectativa de chegar (à eleição) em condições competitivas. Se a população der uma resposta nas urnas, o Congresso vai receber um recado claro", disse o candidato, defendendo um sistema que combine representação e participação. "O que nós vamos precisar é modernizar a nossa democracia. Sem um aprofundamento da democracia, vamos sofrer instabilidades permanentes. O pressuposto é que precisamos reativar a democracia brasileira."

Ele comentou que o PT tem "um compromisso histórico" com a ideia de Assembleia Nacional Constituinte, mas algumas medidas não podem esperar. Como o fim da Emenda Constitucional 95, de congelamento de gastos. "O próximo governo não tem chance com essa PEC", afirmou, acrescentando que não houve "governo mais responsável na área fiscal" que os do PT. "Foi o que mais reduziu a dívida pública, sem aumento da carga tributária." A emenda de Temer, disse Haddad, foi uma "irresponsabilidade social e política".

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O coordenador e candidato citou ainda o exemplo do pré-sal, falando em consulta popular para assegurar receita para áreas sociais. Ele afirmou que o tema não pode se limitar a um "ciclo político", como um mandato de governo, mas precisa ser permanente. "Como vamos comprar esse passaporte para o futuro com os recursos do pré-sal? Se passar por uma consulta popular, fica muito mais difícil para o governo rever isso."

Segundo o coordenador do programa de governo, o PT e seus aliados vão se apresentar "como o antítese do sistema" no primeiro turno, com as alianças possíveis, em contraponto a um projeto "anti-nacional e antissocial" representado por Temer. No segundo, o PDT fará parte dessa aliança. "O Nordeste está fechado com Lula. O PSB do Nordeste é todo progressista." Ele também enfatiza a presença do PCdoB, elogiando a "maturidade" da deputada Manuela D'Ávila, que deve assumir o posto de vice na chapa.

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