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Jamil Chade: "Uma parcela da história do país vem sendo enterrada em cada caixão, assim como seu lugar no mundo"

O jornalista relembrou os avanços históricos promovidos por governos passados e notou o contraste com o momento atual. Ele também criticou o racismo do governo brasileiro contra a China: "De tanto usar a nacionalidade chinesa para deliberadamente designar a doença, Jair Bolsonaro e sua milícia digital passaram a ter de engolir de seu próprio veneno ao ver o nome do Brasil, agora, qualificar um vírus ainda mais perigoso"

Marcos Vinicius Andrade da Silva, 26, ajuda a carregar no Cemitério de Inhauma o caixão de Valnir Mendes da Silva, 62, que morreu em uma calçada na favela Arará após dificuldades para respirar, em meio à pandemia do novo coronavírus. Rio de Janeiro, Brasil, 18/05/2020. (Foto: REUTERS/Ricardo Moraes)

247 - "A ideia de que somos pária no mundo não é verdade. Isso já está ultrapassado. Hoje, somos uma das ameaças", afirma Jamil Chade, em sua coluna no Uol. 

O colunista descreve como o medo do Brasil por parte da comunidade internacional dominou a percepção do país. 

"Em alguns locais, os comentários vêm permeados por ironias e até uma solidariedade sincera com o que ocorre no Brasil. Em outros, o tratamento vem de forma mais séria. Mas todos com o mesmo sentido: a desconfiança sobre o país é profunda", relata. 

O retorno à normalidade ao redor do mundo é ameaçado pela continuação da pandemia no país e o risco de novas variantes, além da já existente P1, mais letais e que sejam resistente às vacinas, emergirem.

Ele relembra o racismo do governo brasileiro contra a China: "De tanto usar a nacionalidade chinesa para deliberadamente designar a doença, Jair Bolsonaro e sua milícia digital passaram a ter de engolir de seu próprio veneno ao ver o nome do Brasil, agora, qualificar um vírus ainda mais perigoso".

E constata que nem pária, como exaltado pelo chanceler Ernesto Araújo, o Brasil mais é: "A ideia de que somos pária no mundo não é verdade. Isso já está ultrapassado. Hoje, somos uma das ameaças".

Chade completa notando a diferença entre o momento atual e a época em que o Brasil era referência em Saúde pública: "Uma parcela da história do país vem sendo enterrada em cada caixão, assim como seu lugar no mundo".

A íntegra do texto está no Uol.