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Jornalista é vítima de intolerância no RN: chamada de corrupta após negar voto em Bolsonaro

A jornalista Juliana Celli diz no Instagram que foi "vítima da intolerância política que estamos testemunhando no país e que chegou no seu mais grave momento com a chegada do segundo turno das eleições"; ela afirma ter sido chamada de "corrupta", "mentirosa" por um superior após dizer que não votaria em Jair Bolsonaro (PSL)

Jornalista é vítima de intolerância no RN: chamada de corrupta após negar voto em Bolsonaro (Foto: Reprodução)

247 - A jornalista Juliana Celli afirma em sua conta no Instagram que foi "vítima da intolerância política que estamos testemunhando no país e que chegou no seu mais grave momento com a chegada do segundo turno das eleições".

"Na quinta-feira pela manhã eu estava trabalhando quando um superior fez o sinal usado pelo candidato Bolsonaro, aquele que simula duas armas. Ele me perguntou se eu estava pronta pra fazer o tal gesto. Eu falei que não faria porque não voto nesse candidato, na verdade decidi não votar em nenhum dos dois candidatos postos por não concordar nem com um nem com o outro. Foi aí a minha surpresa, o superior, o deputado estadual Getúlio Rêgo, que até então sempre tive uma boa convivência, começou a me insultar", disse.

"Ouvi palavras como corrupta, mentirosa, e que eu deveria pedir exoneração do meu cargo (de confiança). Ele estava completamente alterado, falando alto, gesticulando em minha direção. Por um momento, pensei em explodir, me contive".

A jornalista disse que se manteve "firme e respeitosa, mesmo que muito constrangida, principalmente pelo fato de na hora estar conduzindo convidados para uma reunião de trabalho". "Argumentei que o voto é livre, e eu podia votar em quem quisesse ou até mesmo me omitir. Ele continuou esbravejando, na frente deles e de mais alguns servidores, que eu deveria votar em quem meu chefe mandasse. Eu voltei a argumentar que não estávamos mais no tempo de “votos de cabrestos”, algo muito utilizado nos “currais” eleitorais e que meu chefe direto é democrático, jamais iria me obrigar a votar em quem eu não quisesse", complementa.