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José Dirceu: Os que pedem frente democrática se recusaram em 2018 (VÍDEO)

Em entrevista ao diretor de redação de CartaCapital, Mino Carta, o ex-ministro José Dirceu, um dos mais destacados membros do Partido dos Trabalhadores, mostra que em 2018, quando a união de forças progressistas e de centro era necessária para impedir a vitória de Bolsonaro, as forças que hoje pregam a frente ampla se recusaram a fazer alianças e apoiar o candidato da coalizão democrática e popular, Fernando Haddad

José Dirceu (Foto: Lula Marques)
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247 - Dirceu afirmou que setores do campo democrático, que hoje levantam a bandeira pela construção de uma frente ampla, rejeitaram a mesma iniciativa durante o 2º turno das eleições de 2018, quando Fernando Haddad (PT) era a alternativa ao então candidato Jair Bolsonaro. A declaração foi dada durante entrevista ao diretor de redação de CartaCapital, Mino Carta, nesta segunda-feira (8).

“Os que hoje pedem frente democrática se recusaram a essa frente no 2º turno de 2018, porque o Haddad se apresentou no 2º turno como candidato democrático”, afirmou Dirceu

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Em avaliação sobre os movimentos de unificação, como Basta, #Somos70porcento e Juntos, Dirceu disse que “não é questão de assinar ou de não assinar”, mas sim de destacar a importância de iniciativas em relação ao autoritarismo do presidente da República. Outra questão, para ele, é constituir uma frente ampla em torno de uma agenda.

“Nós temos que constituir uma frente de esquerda para lutar contra o Bolsonaro e para ser de alternativa ao Brasil. Agora, você há de convir comigo que não é essa a posição do PDT, PSB, PCdoB, porque eles estão mais por uma frente ampla de salvação nacional contra Bolsonaro. Então, é preciso colocar nos devidos termos. Frente contra Bolsonaro, todos devemos estar. Agora, nem por isso vamos abrir mão de ir para as ruas acumular forças e construir nossa proposta para 2022, que está longe”, declarou na entrevista à CartaCapital.

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Dirceu apontou que não há dificuldades para o PT em participar de uma frente ampla. O ex-ministro argumentou que a legenda já atuou em iniciativas semelhantes em oportunidades anteriores, como as campanhas pelas Diretas Já!, movimento civil por eleições presidenciais na década de 80. Contudo, ele enxerga que a discussão atual tem outro viés.

“Eu não vejo que é isso o que está colocado hoje. É verdade que o Fernando Henrique Cardoso, o Ciro Gomes, a Marina Silva e a TV Globo avançam para uma proposta de frente ampla. É evidente que eles vão trabalhar por uma transição por cima, nós já temos essa experiência no Brasil. Nós temos que trabalhar por uma ruptura, por uma transição por baixo nas ruas, como fizemos nas Diretas Já. Fomos caminhando para uma greve geral e queríamos derrubar a ditadura nas ruas”, declarou.

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Dirceu confirmou que Lula é o “candidato natural” do PT às eleições ao Palácio do Planalto em 2022, mas o ex-presidente não quer ser apresentado como tal para “contribuir para a unidade das forças de esquerda”.

A primeira batalha é tornar Lula habilitado para as eleições de 2022, em nome da “democracia brasileira”, diz Dirceu. 

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“Primeiro, a democracia brasileira será sempre pela metade se o Lula ficar inabilitado, prescrito, como queriam cassar o registro do PT e prescrever o PT. Uma parte da direita e dos militares não aceita a esquerda socialista na vida política institucional brasileira. Por eles, nós estaríamos prescritos”, declarou.

“Nós precisamos entender que, no momento que nós vivemos, a alternativa em 2022 somos nós. Porque nós provamos em 2018, com 37 milhões de votos, naquelas condições do 1º turno, e no 2º turno, 45 milhões. Se o Fernando Henrique Cardoso e o Ciro Gomes e o PDT tivessem apoiado o Haddad, talvez a história fosse outra. Talvez. Se o Lula estivesse solto, seguramente. Se o Lula fosse candidato, grande probabilidade de vencer”, avaliou.

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“Eu levo muito a sério essa questão da unidade das forças de esquerda e da candidatura. O candidato natural é o Lula. O Lula, se ele abrir mão, ele pode eleger, inclusive, o sucessor dele, na minha opinião. Se ele disputar, ele pode ser também eleito. Agora, há a realidade, a vida dura. O PDT já tem um candidato, o PCdoB caminha para ter um, não sei como o PSOL vai se comportar. Então, esse é o mundo real. O Lula está se movendo em uma realidade em que disputam a hegemonia com o PT no campo da esquerda”, disse.

“Quando nós falamos em frente de esquerda, temos que levar em consideração como estão os outros partidos de esquerda com relação ao PT e vice-versa. Quando nós falamos em frente única, frente ampla, temos que considerar o que eles querem. Querem só tirar o Bolsonaro? Tudo bem. Mas eles não querem tirar só o Bolsonaro, eles estão defendendo a agenda ultraliberal. Então, nós temos o direito de defender também a nossa agenda. Não basta só tirar o Bolsonaro. O Brasil precisa de uma revolução social”, afirmou.

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“O Brasil precisa retomar o fio da história. O fio da história desse país não é isso. É o nacionalismo, é a industrialização, é o desenvolvimentismo, são os direitos da classe trabalhadora, é radicalizar a democracia. Essa é a luta histórica da maioria do povo brasileiro. Se não, não teria votado no Getúlio de novo. Como é que votou no Lula duas vezes e na Dilma duas vezes? Porque há um sentimento nacional para essa direção, e não para submeter o Brasil aos Estados Unidos”, sustentou.

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