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Juiz quis investigar Dadá em 2009 e foi brecado

Era Ali Mazloum, que fez pedidos, devidamente ignorados pelas autoridades federais, para apurar a participao dos arapongas Idalberto Matias e Jairo de Souza na Satiagraha, do delegado e deputado Protgenes Queiroz (PC do B/SP), leia a reportagem de Claudio Julio Tognolli

Juiz quis investigar Dadá em 2009 e foi brecado (Foto: Divulgação)

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Claudio Julio Tognolli _247 - Mais uma vez coube à mais alta Corte brasileira levar à frente indícios de crimes apontados pela Primeira Instância, mas que foram ignorados pelo MPF ou pela Corregedoria da Polícia Federal. O documento encaminhado pelo ministro Ricardo Lewandowski, nesta sexta-feira, à CPI do Cachoeira e ao Conselho de Ética do Senado, traz uma revelação estonteante, aliás já iluminada pelo Brasil 247: arapongas ligados ao deputado comunista Protógenes Queiróz, imortalizado pela Operação Satiagraha, tentaram montar uma empresa de arapongagem batizada justamente de Satiagraha. Veja aqui à página 139 do documento do STF os diálogos em que os arapongas confabulam pela criação da empresa Satiagraha:

http://brasil247.com/videos-ipad/INQ_3430_Apenso_01_Volume_01.pdf

Veja aqui a criação da empresa, antecipada pelo Brasil 247 a 25 de março passado:

http://brasil247.com/pt/247/poder/49619/Agente-de-Protógenes-criou-empresa-Satiagraha.htm

Segundo a PF, diz o documento prolatado por Lewandowski, “a empresa de nome Satiagraha foi feita para atuar no ramo de espionagem e contra-espionagem tendo como sócios os arapongas Dadá, Marcelo, Evaldo e Tomé, e outros do Rio de Janeiro e como alvo os contratos dos tribunais e autarquias de Brasília”. Veja aqui a reportagem do 247 sobre a criação da Satiagraha.

Toda essa lama poderia ser evitada se a Polícia Federal e o Ministério Público Federal tivessem levado à frente pedido de investigação solicitado a 17 de novembro de 2010 pelo juiz federal Ali Mazloum, então titular da Sétima Vara Criminal de São Paulo. No ofício 4362/2010/MMR, Ali Mazloum já pedia que se investigassem os arapongas Idalberto Matias de Araújo, o Dadá, e Jairo Martins de Souza. O pedido de Mazloum foi encaminhado ao delegado federal Renato Menezes, da PF de São Paulo, e jamais foi pra frente.

Em 27 de maio de 2009, Ali Mazloum encaminhou ao então superintendente da PF em São Paulo, Leandro Daiello Coimbra, o ofício 2318/09-mmr, outro pedido de investigação, desta vez contra o araponga Jairo Martins de Souza. Apesar de o juiz ter pedido que o inquérito tramitasse “de forma célere”, nada aconteceu.

Nada também aconteceu sobre pedido do mesmo juiz Mazloum, que ordenou mandado de busca e apreensão no seguinte endereço: Super Quadra Norte 410, Bloco k, apartamento 107, Asa Norte, Brasília, onde morava o terceiro sargento da aeronáutica Idalberto Matias de Araújo.

O documento do ministro Lewandowski está fazendo justiça, quatro anos depois, a ilicitudes há tanto apontadas por Ali Mazloum.

Para você entender o contexto: A página 459 da denúncia oferecida contra Carlos Cachoeira, pelo Ministério Público Federal de Goiás, na Operação Monte Carlo, é um dissuasivo nuclear que está tirando o sono de muita gente. Nela está degravada uma escuta telefônica em que Idalberto Matias de Araújo, o sargento Dadá, (braço direito de Cachoeira, preso da Monte Carlo, e agente recrutado por Protógenes Queiroz na Operação Satiagraha) confessa a interlocutores que está criando, com amigos, uma empresa de segurança privada chamada “Satiagraha” – justamente o nome da operação que imortalizou Protógenes por ter prendido, temporariamente, o banqueiro Daniel Dantas.

A gravação foi feita a partir das 13h29 minutos, pela PF, no dia 4 de abril de 2011. Durou dez minutos e treze segundos. Na conversa, há trechos como “o negócio de Minas Gerais ainda não fechou. Evaldo tá criando a empresa Satiagraha”. Fala-se na criação de uma home page para a empresa Satiagraha e na presença, na futura empresa, de pessoal treinado em Israel, EUA, Iraque, e Afeganistão – ou seja, ex-militares dos EUA. Os cursos para os demais membros a serem dados no Rio de Janeiro, com intuito de “vender segurança para a América do Sul”.

Para você entender a kriptonita que esse trecho representa aos heróis das esquerdas, como Protógenes Queiroz, há que lembrar o seguinte: ao pedir a CPI da Monte Carlo, Protógenes vai sacrificar dois de seus ex-empregados-arapongas. Ambos foram pegos pela PF na Operação Monte Carlo, por cuja CPI Protógenes ora luta.

Um deles é policial Jairo Martins de Souza. Foi ele quem gravou a fita que detonou, em 2005, o escândalo do Mensalão. Trata-se da cena em que um ex-funcionário dos Correios, Maurício Marinho, aparece recebendo uma propina de R$ 3 mil. A fita foi entregue ao jornalista Policarpo Júnior, que é amigo de Jairo Martins, e hoje, além de dirigir a sucursal da revista Veja em Brasília, é redator-chefe da publicação.

De acordo com a acusação do Ministério Público, Jairo Martins era um “empregado” da quadrilha de Carlinhos Cachoeira. Recebia R$ 5 mil mensais e tinha a função de cooptar policiais e também levantar informações que pudessem prejudicar os negócios do grupo.

Em 2005, na crise do Mensalão, Jairo Martins depôs no Congresso, e disse que gravou a fita com Maurício Marinho por “patriotismo”. Não se sabe, ainda, se Cachoeira estaria por trás da denúncia.

A CPI da Operação Monte Carlo também vai ter como um de seus alvos o segundo ex-braço direito do deputado Protógenes na Satiagraha: o sargento da reserva Idalberto Matias de Araújo, o Dadá. Saído do Cisa, o serviço secreto da Aeronáutica, justamente para cumprir a missão presidencial da Satiagraha, Dadá foi preso pela PF na Operação Monte Carlo. Na Satiagraha, foi Dadá quem aproximou Protógenes da Abin. E foi justamente essa participação dos arapongas que acabou por invalidar a operação no STJ – o que o Ministério Público agora tenta reverter.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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