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Lula condena arruaça de bolsonaristas em Aparecida: 'Bolsonaro usa nome de Deus em vão'

Ex-presidente lembrou que Bolsonaro foi "escorraçado" do Círio de Nazaré e nesta quarta-feira seus apoiadores provocaram tumulto e agressões em Aparecida do Norte

Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Ricardo Stuckert)

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247 - O ex-presidente e candidato Luiz Inácio lula da Silva acusou Jair Bolsonaro (PL) de profanar o nome de Deus para finalidades eleitoreiras.

"Bolsonaro usa o nome de Deus em vão. Essa semana ele foi escorraçado no Círio de Nazaré porque queria fazer campanha. E hoje seus apoiadores arrumaram briga em Aparecida do Norte, porque foram tirar proveito de religião", disse Lula nesta quarta-feira (12), em Salvador.


Durante a passagem de Jair Bolsonaro na cidade de Aparecida do Norte (SP), bolsonaristas transformaram uma missa celebrada na tarde desta quarta-feira (12) em um campo de guerra. Funcionários da TV Aparecida foram encurralados pelos extremistas em meio à multidão, como mostram as imagens capturadas pela CNN.

>>> Bolsonaro visita basílica de Aparecida e Dom Orlando Brandes dá indireta: "precisamos vencer o dragão do ódio"

De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, um jovem que vestia camiseta vermelha foi alvo de uma multidão enfurecida que gritava "mito" enquanto a comitiva de Bolsonaro estava em uma tenda de peregrinos, em frente à basílica de Nossa Senhora Aparecida, na tarde desta quarta (12), quando é celebrado o dia da padroeira do país. A perseguição só acabou quando o homem de vermelho sumiu entre os corredores da igreja, sem ser agredido fisicamente.

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Leia também matéria da Rede Brasil Atual sobre o assunto:

Arcebispo de Aparecida incentiva o voto e diz que é preciso vencer os dragões do ódio e da mentira

O arcebispo de Aparecida, Dom Orlando Brandes, incentivou os brasileiros a votarem e afirmou que o país precisa vencer muitos “dragões”, em alusão a problemas como fome, desemprego, e ódio e mentiras na política, durante missa do Dia da Padroeira no Santuário Nacional de Aparecida, no interior de São Paulo, nesta quarta-feira (12).

“Maria venceu o dragão. Temos muitos dragões que ela vai vencer. O dragão que é o tentador, o dragão que já foi vencido, a pandemia, mas temos o dragão do ódio, que faz tanto mal. E o dragão da mentira. […] E o dragão do desemprego, o dragão da fome. O dragão da incredulidade.”

Sobre o voto, o religioso afirmou: “cidadania que vamos vivendo também votando. É necessário exercer esse direito e poder do povo.”

Dom Orlando Brandes também disse que está “faltando pão” e que isto é o que o Brasil precisa hoje, juntamente com paz e fraternidade.

“Escutar Deus, mas escutar também o clamor do povo. Porque ela escutou muito bem no Evangelho. Eles não têm mais vinho. No nosso caso, faltando pão, faltando paz, faltando fraternidade. Esses são os vinhos que todos nós precisamos nos dias de hoje.”

Em coletiva de imprensa nesta quarta, respondendo a uma pergunta sobre uso político de visita de Bolsonaro à basílica, o arcebispo disse que é preciso ter uma identidade religiosa.

“Bom, eu não posso julgar as pessoas. Mas nós precisamos ter uma identidade religiosa. Ou somos evangélicos ou somos católicos. Nós precisamos ser fiéis a nossa identidade católica. Mas seja qual for a intenção, será bem recebido porque é o nosso presidente. E é por isso que nós o acolhemos.”

Um dia antes, nesta terça-feira (11), a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou nota lamentando o que chamou de “intensificação da exploração da fé e da religião como caminho para angariar votos no segundo turno” das eleições deste ano.

O segundo turno das eleições de 2022 será realizado em 30 de outubro. Além da disputa presidencial entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL), que tenta a reeleição, brasileiros de 12 estados devem votar para governador.

Leia a íntegra da nota da CNBB:

“Lamentamos, neste momento de campanha eleitoral, a intensificação da exploração da fé e da religião como caminho para angariar votos no segundo turno. Momentos especificamente religiosos não podem ser usados por candidatos para apresentarem suas propostas de campanha e demais assuntos relacionados às eleições. Desse modo, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lamenta e reprova tais ações e comportamentos.

A manipulação religiosa sempre desvirtua os valores do Evangelho e tira o foco dos reais problemas que necessitam ser debatidos e enfrentados em nosso Brasil. É fundamental um compromisso autêntico com a verdade e com o Evangelho.

Ratificamos que a CNBB condena, veementemente, o uso da religião por todo e qualquer candidato como ferramenta de sua campanha eleitoral. Convocamos todos os cidadãos e cidadãs, na liberdade de sua consciência e compromisso com o bem comum, a fazerem deste momento oportunidade de reflexão e proposição de ações que foquem na dignidade da pessoa humana e na busca por um país mais justo, fraterno e solidário.”

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