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Manifestações do ‘Fora, Bolsonaro’ não chegaram à periferia, diz Galo

O ativista criticou a falta de foco na luta de classes por parte da esquerda, que ignorou “a gente de baixo” nos atos pelo ‘Fora, Bolsonaro’: “me preencheu pela metade”. Assista na TV 247

Manifestações do ‘Fora, Bolsonaro’ não chegaram à periferia, diz Galo (Foto: Paulo Pinto/Fotos Publicas | Reprodução/Twitter Jornalistas Livres)

247 - O líder dos entregadores de aplicativo e articulador do movimento Revolução Periférica, Paulo Galo, criticou, em entrevista à TV 247, a falta de inclusividade nas manifestações pelo ‘Fora, Bolsonaro’ realizadas desde maio em todo o Brasil. Segundo ele, o movimento não soube incorporar “a gente de baixo”, e os protestos acabaram se tornando vazios de qualquer objetivo mais grandioso.

“Entrei num conflito [interno] na Paulista. Ao mesmo tempo que eu achava importante as manifestações pelo Fora Bolsonaro, eu tinha uma sensação de que aquela coisa não era da forma que precisava ser. Parecia um meio de campo para 2022, que as lideranças fortes daquela manifestação não estavam tão interessadas em tirar o Bolsonaro naquele momento, mas fazer ele sangrar. Me preencheu pela metade”, disse.

Ele defendeu um entendimento da divisão política com base nas opressões reais, além da tradicional classificação entre direita e esquerda. “Esse negócio de esquerda e direita, fica horizontal a coisa. E a realidade não é horizontal. Para nós, a realidade é vertical. É opressão de cima para baixo. E fica essa coisa horizontal da esquerda para a direita que parece que funciona, que está tudo bacana. Como se isso fosse uma realidade, como se o golpe não tivesse sido uma realidade. O PT não chegou a fazer a raspa do que é uma revolução. Ele trouxe melhorias nas vidas das pessoas, como cotas, Ciências sem Fronteiras, Luz para Todos, Bolsa Família, transposição do Rio São Francisco, e a burguesia não aceitou isso”, criticou. 

Galo afirmou que está esperando “aqui embaixo a esquerda vir”. “A esquerda vai precisar fazer muitas mudanças para receber a gente de baixo. Eu não acredito em esquerda que não está aqui embaixo também”, disse.

“Eu já não enxergo política horizontalmente. Para mim, a política é vertical, luta de classes.  A Revolução Periférica é a luta dos que estão embaixo contra os que estão em cima”, completou. 

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