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      Marcia Tiburi: se Temer fosse mulher, já tinha sido cancelado do seu lugar

      Em entrevista à TV 247, a filósofa e escritora Marcia Tiburi denuncia o caráter misógino do golpe que derrubou Dilma Rousseff; "É incrível como a população odiou Dilma Rousseff, ódio concreto, e é incrível como a população não consegue odiar Michel Temer, que é zilhões de vezes pior", declarou; na conversa, ela fala ainda sobre a polêmica com Kim Kataguiri, com quem decidiu não debater, sobre o PSOL, partido ao qual já foi filiada, destaca a importância da legalização do aborto e defende um feminismo que dialoga com os homens; assista

      Em entrevista à TV 247, a filósofa e escritora Marcia Tiburi denuncia o caráter misógino do golpe que derrubou Dilma Rousseff; "É incrível como a população odiou Dilma Rousseff, ódio concreto, e é incrível como a população não consegue odiar Michel Temer, que é zilhões de vezes pior", declarou; na conversa, ela fala ainda sobre a polêmica com Kim Kataguiri, com quem decidiu não debater, sobre o PSOL, partido ao qual já foi filiada, destaca a importância da legalização do aborto e defende um feminismo que dialoga com os homens; assista (Foto: Gisele Federicce)
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      247 – A filósofa e escritora Marcia Tiburi denunciou, em entrevista concedida à TV 247, o caráter misógino do golpe que derrubou Dilma Rousseff em 2016. Ela acaba de lançar o livro "Feminismo em Comum", pelo selo feminista Rosa dos Tempos, relançado este ano pela Editora Record.

      "É incrível como a população odiou Dilma Rousseff, ódio concreto, e é incrível como a população não consegue odiar Michel Temer, que é zilhões de vezes pior. A população consegue rejeitá-lo, o despreza, acha ele um panaca, um bobalhão, mas não existe ódio, não existe o ódio misógino. O que fizeram em termos de destruição de violência com a imagem de Dilma Rousseff, com a presença de Dilma Rousseff... então isso é interessante. Se Temer fosse mulher, já tinha sido cancelado do seu lugar", diz.

      Na conversa, ela comentou ainda sobre a polêmica com Kim Kataguiri, do MBL, com quem decidiu não debater durante um programa na Rádio Gauíba, em Porto Alegre, fala sobre o PSOL, partido ao qual já foi filiada, defende a legalização do aborto e um feminismo que dialoga com os homens.

      "Qual o problema que as feministas têm com os homens? Eles são os signatários, os sujeitos do privilégio. Mas ao mesmo tempo eu não posso dizer que eles não podem defender os meus direitos, porque se você se calar sobre os direitos a serem assegurados numa sociedade democrática, eu perdi não apenas um aliado como posso ter criado um novo inimigo, que além de tudo, pode acabar se favorecendo no sistema de privilégios. 'Já que eu não posso lutar pelos direitos dos oprimidos, vou ficar aqui no meu lugar de opressor'. Por isso eu proponho um feminismo dialógico, entre as feministas, porque todas têm uma luta justa, e com os homens", ressalta.

      Ela destaca a nova onda do feminismo como sendo intersecional, algo que também é destacado em seu livro. Ou seja: não trata apenas de gênero e sexualidade, mas inclui o debate racional e de classe. "Nesse livrinho, que é pequeno e escrito num tom de crônica, eu quis acrescentar mais dois aspectos nessa discussão, que é a questão das deficiências, um problema relacionado à plasticidade, que sempre afetou muito a história das mulheres, mas toda a discussão da plasticidade, que é a forma dos nossos corpos", explica.

      A professora acredita que o feminismo esteja para "além de esquerda e direita", porém "o feminismo histórico que a gente pratica hoje no Brasil será necessariamente colocado, compreendido como sendo de esquerda". "Eu sou a favor de qualquer tipo de feminismo, dos mais 'pé na porta' ao silencioso, o da pesquisa. Porque todo tipo de feminismo é melhor do que qualquer machismo", afirma. 

      Inscreva-se na TV 247 e assista à íntegra da entrevista:

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