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Brasil

Marina: “Política ambiental de Temer é um retrocesso”

A ex-senadora e possível candidata à Presidência da República expressou preocupação com o que chama de "desmonte" do legado em políticas ambientais construído pelo Brasil desde a Conferência das Nações Unidas pelas Mudanças Climáticas (COP 15) realizada em Copenhague em 2009; Marina expressou descrença com o cumprimento das metas assumidas pelo Brasil no Acordo de Paris se o ritmo não mudar; "Infelizmente, todo aquele processo virtuoso que nós tínhamos foi interrompido e agora nós estamos vivendo sob a égide de um novo momento da política ambiental brasileira em que o desmatamento voltou a crescer 29%"

Brasília - Marina Silva, da REDE, faz avaliação do cenário político após aprovação do impeachment da presidenta Dilma Rousseff na Câmara (Wilson Dias/Agência Brasil) (Foto: José Barbacena)
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Sputnik - Uma das principais figuras da política nacional e 2ª colocada nas pesquisas por intenção de voto para a Presidência em 2018, a líder da Rede Sustentabilidade Marina Silva falou com exclusividade à Sputnik e classificou a política ambiental de Temer de retrocesso. A ex-senadora assumiu discurso duro pelo pouco compromisso com as mudanças climáticas.

A denúncia já havia sido feita. Após a aprovação pelo plenário da Câmara Federal das Medidas Provisórias 756 e 758, que reduzem a abrangência de áreas protegidas na Amazônia e libera a exploração no Parque Nacional do Jamanxim, a líder da Rede Sustentabilidade e uma das candidatas mais votadas nas eleições de 2010 e 2014, Marina Silva fez críticas pelas redes sociais ao presidente Michel Temer. Agora, Marina foi mais direta.

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Falando com exclusividade à Sputnik, a ex-senadora e possível candidata ao mesmo cargo no pleito do ano que vem expressou preocupação com o que chama de "desmonte" do legado em políticas ambientais construído pelo Brasil desde a Conferência das Nações Unidas pelas Mudanças Climáticas (COP 15) realizada em Copenhague em 2009. Marina expressou descrença com o cumprimento das metas assumidas pelo Brasil no Acordo de Paris se o ritmo não mudar.

"Infelizmente, todo aquele processo virtuoso que nós tínhamos foi interrompido e agora nós estamos vivendo sob a égide de um novo momento da política ambiental brasileira em que o desmatamento voltou a crescer 29%. Obviamente, isso compromete as metas assumidas na convenção do clima em Paris. Com todo o desmonte da legislação ambiental brasileira, que começou no governo Dilma e que está sendo aprofundada no governo do presidente Michel Temer, nós vamos ter mais dificuldade ainda", afirma Marina.

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Aprovado por 195 países, o Acordo de Paris quer reduzir emissões de gases estufa como forma de frear a temperatura média global. A tentativa é limitar o aumento da temperatura a 1,5°C acima dos níveis pré-industriais. O Brasil se comprometeu a reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 37% abaixo dos níveis de 2005 até 2025 e em 43% até em 2030. Para isso quer aumentar a participação de bioenergia sustentável na sua matriz energética para aproximadamente 18% até 2030, além de restaurar e reflorestar 12 milhões de hectares de florestas.

Sobre esses compromissos, a líder da Rede também comentou os resultados da delegação brasileira na Convenção-Quadro das Nações Unidas para as Mudanças Climáticas (UNFCCC) realizada em Bonn, Alemanha na semana passada como preparação para a COP 23 no fim do ano. O destaque foi o debate sobre conflito de interesses entre empresas exploradoras de combustíveis fósseis nas negociações pela agenda do clima.

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O Brasil, até este ano, advogava pela participação das exploradoras no debate, posição que Marina critica. Para ela, é preciso que "fique claro que há conflito de interesse" entre quem está "batalhando para que a gente possa aumentar o compromisso" e os "que lidam com a agenda com a mais emissão de CO₂, quer pelo uso do carvão, do petróleo". "Esse debate é levantado pelas organizações ambientalistas em função do fato de que enquanto a maioria que está ali está defendendo a causa das mudanças climáticas, essas empresas estão claramente na contramão desses objetivos", afirma.

"Porém, internamente, nós temos nossos conflitos. O fato é que hoje você tem no Congresso Nacional, uma base de sustentação do governo em função da fragilidade do governo Temer, que já era também do governo Dilma, que coloca como moeda de troca para apoiar o governo a flexibilização da legislação ambiental, a regularização e o uso de áreas que foram ocupadas ilegalmente", denuncia Marina.

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O Ministério do Meio Ambiente foi convidado a comentar as afirmações de Marina Silva. Porém, como parte da sua sede foi incendiada no início desta semana, a assessoria de imprensa não pôde responder sobre os esforços feitos pelo país desde a assinatura do Acordo.

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