MEC anulará questão repetida no Enem 2023, já utilizada em 2010

247 -  O Ministério da Educação (MEC) anunciou que uma das questões do segundo dia de provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2023, neste domingo (12) será anulada devido à falta de ineditismo. A pergunta em questão, que abordava a exposição ao vírus da gripe A-H1N1 em relação à cobertura vacinal, já havia sido utilizada na edição do exame em 2010.De acordo com a reportagem do jornal Folha de S. Paulo, a decisão foi tomada após identificação da reprodução por professores da SAS - Plataforma de Educação. A elaboração do Enem pressupõe o uso exclusivo de perguntas inéditas, garantindo a equidade entre os candidatos.

A questão em destaque, de número 177 na prova amarela deste ano, apresentou os mesmos dados e informações utilizadas na edição de 2010 destinada a pessoas privadas de liberdade (PPL). A escassez de itens no Banco Nacional de Itens (BNI), de onde são retiradas as questões do Enem, é um problema persistente alertado pelos servidores do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) ao longo dos anos.

Em 2022, uma estratégia adotada para superar a falta de questões foi a reciclagem de itens usados ​​nos anos anteriores. Essas questões, inicialmente descartadas devido a fragilidades nas informações psicométricas, foram corrigidas e reaproveitadas. Cada item do Enem tem um custo estimado entre R$ 2.000 e R$ 3.000, considerando o processo de elaboração que envolve especialistas, revisores e pré-testes.

Desde 2009, quando o Enem substituiu o formato atual como vestibular, a produção adequada de itens tem sido um desafio, agravada durante os três primeiros anos da gestão do governo Jair Bolsonaro (PL), nos quais não foram produzidas novas questões para compor o BNI .