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Ministério da Saúde desconhece quantidade de vacinas, datas de validade e não programou compras para 2023, diz Chioro

"O quadro é de um verdadeiro desastre. É uma situação muito crítica", afirma o ex-ministro da Saúde e membro do gabinete de transição

Arthur Chioro, Marcelo Queiroga e Jair Bolsonaro (Foto: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados | Alan Santos/PR | Marcos Oliveira/Agência Senado)
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247 - Ex-ministro da Saúde e membro do gabinete de transição sobre o tema, Arthur Chioro afirmou nesta segunda-feira (12) à CNN Brasil que o Ministério da Saúde de Jair Bolsonaro (PL), comandado por Marcelo Queiroga, não tem controle sobre o estoque de vacinas - dentre elas as para Covid-19 - disponíveis e suas datas de validade.

Segundo Chioro, a pasta não sabe, por exemplo, quantas vacinas tem em seu armazenamento e quantas já foram enviadas a estados e municípios. "O quadro em que se encontra a gestão do Ministério da Saúde é de um verdadeiro desastre. Digo isso porque dados sensíveis, como esse sobre qual é o estoque de vacina, qual é o prazo de validade dessas vacinas, qual é a quantidade de vacinas que tem no armazenamento central e quantas estão já disponibilizadas para estados, simplesmente não existem. O Ministério da Saúde simplesmente não tem essa informação"

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"A gente sabe que três milhões de doses de vacinas para Covid já foram vencidas, dados do Tribunal de Contas da União. Nós sabemos que milhões de doses estão para vencer - não sabemos quantas porque os dados não foram fornecidos. Temos fortes suspeitas, que serão confirmadas a partir de janeiro, de que são milhões, alguma coisa provavelmente superior a 10 milhões de doses vencendo já nas primeiras três semanas [de janeiro]. Não se sabe, não se tem um inventário, não se tem controle sobre qual a quantidade de doses de vacinas", completou.

O ex-ministro relatou que, a princípio, o grupo de transição achava que o Ministério da Saúde estava resistente a enviar os dados solicitados. Com o passar do tempo, porém, constatou-se que a pasta não enviava os dados requeridos simplesmente porque não os tinha. "A gente suspeitava que era mais uma resistência [a passar os dados], mas a gente vai percebendo que não é isso. Seja pela própria negativa de fornecer esses dados para o Tribunal de Contas da União, seja pela forma como eles têm se relacionado, de alguma maneira dispostos a mandar os dados mas sempre incompletos. Semana passada, por exemplo, quando veio mais uma leva de informações solicitadas, dizia assim: 'as informações estão em anexo', e os anexos não vieram. No fundo no fundo, o que os municípios dizem, os estados nos dizem, é que há um descontrole mesmo. Os sistemas de informação do DataSUS foram destruídos desde o apagão do início de 2022 e, com isso, perdeu-se o controle. A gente não consegue ter uma base segura para fazer a programação. Ou seja: a nova equipe que vai assumir o ministério a partir de janeiro terá que instalar um gabinete de crise, fazer um grande esforço junto com estados e municípios para fazer um alinhamento das informações para ter segurança na tomada de decisões. E tudo isso não pode esperar, porque a situação é muito crítica".

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Chioro ainda disse que o ministério não programou a compra de novas vacinas para 2023. "Para agravar, existe uma situação muito crítica, que é o fato de que o Ministério da Saúde não fez a programação de compra das vacinas para 2023. Há um contrato em vigência com a Pfizer que permitiria solicitar as vacinas bivalentes, para criança e etc. Mas as demais vacinas não foram ainda solicitadas aos laboratórios públicos que as produzem. Portanto, é uma situação muito crítica. Não se sabe o que tem, não se fez programação do que precisa e o novo governo vai ter que colocar a casa em ordem, reprogramar e, ao mesmo tempo, fazer as campanhas, a intensificação da comunicação, a busca dos faltosos, identificar as crianças. Enfim, há um conjunto de medidas que terão que ser adotadas para retomar os patamares de cobertura vacinal que nós tínhamos até 2015 e, no caso da vacina contra Covid, atingir uma cobertura vacinal que consiga proteger, de fato, a população".

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