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Ministra Anielle Franco diz que termo 'buraco negro' pode ser considerado racista

A chefe da pasta da Igualdade Racial foi a primeira convidada do programa "Bom Dia, Ministro" neste mês da Consciência Negra e abordou importância do letramento racial no Brasil

Anielle Franco (Foto: Joédson Alves/Ag. Brasil)

247 - A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, trouxe à tona uma discussão sobre o uso do termo "buraco negro" em determinados contextos durante uma entrevista à EBC (Empresa Brasil de Comunicação) nesta quarta-feira (1). Ela expressou suas preocupações em relação ao emprego de determinadas expressões no discurso cotidiano, alegando que a palavra "denegrir" não é utilizada pelo movimento negro e por pessoas com conhecimento racial. Anielle apontou como exemplo o uso comum da frase "saímos desse buraco negro", destacando a necessidade de repensar essa expressão. 

A ministra foi a convidada especial do programa "Bom Dia, Ministro" no mês da Consciência Negra, onde abordou a importância do "letramento racial" no Brasil. Ela mencionou a importância da Lei 10.639, que determina o ensino da história e cultura afro-brasileira no currículo escolar, e o fortalecimento das políticas de cotas como medidas importantes nesse processo.

Anielle também anunciou que o governo federal planeja lançar um segundo pacote de medidas voltadas para a população negra no Dia da Consciência Negra, em 20 de novembro. Essas medidas incluirão a publicação de editais e a estruturação de programas destinados a combater a desigualdade racial e promover a inclusão. A ministra também destacou a importância do sistema de cotas em universidades brasileiras, afirmando que a revisão da Lei de Cotas resultou em um aumento significativo na representatividade negra no ensino superior, passando de 3% a 5% para 50%.

Além disso, Anielle defendeu a necessidade de punições mais rigorosas para os crimes de racismo, ressaltando a importância da educação e conscientização da população para combater o preconceito racial. Ela acredita que o retorno da pauta da consciência racial, juntamente com a atuação do Ministério da Igualdade Racial, é fundamental para enfrentar as desigualdades ainda presentes na comunidade negra no Brasil.

[Com informações da Agência Brasil e portal Jovem Pan]