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MNU e Educafro pedem direito de fala na ação 'trainee para negros do Magalu'

“Estamos reagindo a mais uma ação orquestrada para barrar as ações afirmativas que visam corrigir desigualdades raciais", afirma Iêda Leal, Coordenadora Nacional do Movimento Negro Unificado (MNU)

Magazine Luiza (Foto: Divulgação)

Para defender o programa de trainee exclusivamente para negros do Magazine Luiza, o Movimento Negro Unificado (MNU) e a Educafro pediram para serem ouvidos na ação civil pública movida pelo Defensor Público Federal Jovino Bento Júnior contra a ação afirmativa da empresa.

Atendendo ao pedido, a Defensoria Pública da União (DPU) protocolou nesta quinta-feira (8/10), na 15ª Vara do Trabalho de Brasília/DF, petição requerendo admissão das entidades na qualidade de amicus curiae (amigo da corte). O objetivo é garantir a necessária e relevante participação da sociedade civil no processo, a fim de contribuir para uma tomada de decisão judicial justa e que de fato se articule com a redução das desigualdades sociais.

A intervenção do MNU e da Educafro na ação visa salientar, a partir de breves apontamentos sobre a desigualdade racial no Brasil e sobre a constitucionalidade, convencionalidade e legalidade das ações afirmativas, que “com o objetivo de diminuir a desigualdade enfrentada pelos negros, em especial quanto o acesso ao mercado de trabalho e posições de maior nível hierárquico, que a empresa ré lançou o programa de trainee exclusivamente para negros. Atitude essa que não merece reparos”, conforme consta no documento.

“Estamos reagindo à mais uma ação orquestrada para barrar as ações afirmativas que visam corrigir desigualdades raciais. Mesmo com um quadro comprovado por estatísticas oficiais, que dão conta da exclusão e da marginalização à qual o povo negro (56% da população brasileira) está submetido, ainda assim querem impedir programas como este do Magazine Luiza. Racismo explícito que não aceitaremos”, reforça Iêda Leal, Coordenadora Nacional do MNU.