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Monitoramento do Setor Elétrico registra atraso em obras

De acordo com a ata da reunião do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico ocorrida em 22 de novembro, menos da metade (45%) dos empreendimentos de geração de energia, entre 336 novas usinas no país, estão dentro do cronograma previsto, e o atraso médio considerando todas elas, é de sete meses

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Thais Leitão
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Dados do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico, que avalia o suprimento de energia no país, apontam que, além da escassez de chuvas, que deixa a maioria dos reservatórios das hidrelétricas brasileiras com nível abaixo do normal, o país enfrenta atraso em obras relacionadas ao setor, principalmente em geração de energia e linhas de transmissão.

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De acordo com a ata da reunião do comitê ocorrida em 22 de novembro, menos da metade (45%) dos empreendimentos de geração de energia, entre 336 novas usinas no país, estão dentro do cronograma previsto, e o atraso médio considerando todas elas, é de sete meses.

O documento destaca que, no caso das linhas de transmissão, menos de um quarto (24%) das obras estão no prazo previsto. Em média, há um atraso de 15 meses nas datas previstas desses empreendimentos, refletindo, principalmente, dificuldades na obtenção de licenças ambientais.

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Os dados foram apresentados pela Secretaria de Energia Elétrica (SEE) do Ministério de Minas e Energia, em reunião presidida pelo próprio ministro Edison Lobão, que retornava de uma licença para tratamento de saúde.

Hoje (9), o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico se reúne em Brasília e a expectativa é que sejam discutidas as questões de expansão das obras em curso no país e de outras ações de segurança energética.

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Segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), os reservatórios do Nordeste estão operando com 30,2% da capacidade; os do Norte, com 39,88%; os do Sudeste/Centro-Oeste, com 28,32%; e os do Sul, com 43,4%.

Para o professor Rafael Shayani, do departamento de Engenharia Elétrica da Universidade de Brasília (UnB), o fato de o atraso nas obras das linhas de transmissão estar relacionado a questões ambientais evidencia a necessidade de modernização "mais intensa" da matriz energética brasileira, baseada, segundo ele, na "concepção tradicional" de geração principalmente por meio de hidrelétricas, com o complemento das termelétricas.

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"A construção de linhas de transmissão precisa devastar uma parte do terreno por onde passa porque ninguém pode chegar perto, então, pensando na questão ambiental, está correto limitar a entrada de qualquer usina hidrelétrica ou linha de transmissão que possa causar dano ambiental ao Brasil", disse.

"Por outro lado, ninguém quer ficar sem energia, então a saída é investir de forma mais ousada em tecnologias que permitam o uso de fontes alternativas, como a solar fotovoltaica [por meio de placas de material sensível à luz solar] e a eólica [que usa os ventos para geração de energia elétrica]", acrescentou.

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De acordo com o professor, a "visão mais moderna" de planejamento energético está relacionada à instalação, por exemplo, de placas e painéis de captação nos telhados das casas. Ele enfatizou que, embora a participação dessas tecnologias seja muito pequena na matriz energética brasileira, o governo tem investido, mesmo que de forma ainda tímida, na diversificação.

Shayani lembrou que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel)  investiu, no ano passado, R$ 400 milhões em pesquisas relacionadas à energia solar fotovoltaica e "deu um importante passo" ao regulamentar, há cerca de um ano, a conexão dessas estruturas de microgeração de energia ao sistema elétrico.

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"Com isso, qualquer brasileiro que queria comprar um painel [solar] ou uma microturbina eólica, colocar no seu telhado e ligar à rede elétrica, pode. Durante o dia, enquanto não estiver em casa, o medidor [de energia da concessionária] gira para trás e, em vez de consumir, você empresta energia ao sistema. Esse, por sua vez, passa a utilizar menos água das hidrelétricas para geração", explicou.

O professor  Rafael Shayani descartou o risco de racionamento de energia elétrica no Brasil, graças à utilização complementar das usinas termelétricas, acionadas quando os reservatórios das hidrelétricas estão baixos. Ele destacou, no entanto, que os gastos para a utilização das termelétricas poderiam ser revertidos, preventivamente, para subsidiar a utilização de fontes renováveis.

Ele acrescentou que levantamento do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos, ligado ao Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação, indica que o Brasil é rico em um dos silícios mais puros do mundo, que é a matéria-prima utilizada na fabricação dos painéis de captação de energia solar fotovoltaica. "Esse fato é capaz de reduzir os custos de produção e tornar esse sistema viável nacionalmente", avaliou. Segundo o professor da UnB, somente 0,01% das construções brasileiras utilizam essa tecnologia de geração de energia.

 

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