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      Montenegro, do Ibope, pode cair na teia da Lava Jato

      Segundo o doleiro Alberto Youssef, o Denatran fez um convênio com a Federação Nacional das Empresas de Seguros Privados e de Capitalização para a instituição passar a fazer um registro específico dos veículos nacionais; sem concorrência, a Fenaseg contratou a empresa GRF, que pertence ao empresário Carlos Augusto Montenegro, do Ibope, para realizar o serviço; a comissão, segundo Youssef, teria sido de R$ 20 milhões

      Segundo o doleiro Alberto Youssef, o Denatran fez um convênio com a Federação Nacional das Empresas de Seguros Privados e de Capitalização para a instituição passar a fazer um registro específico dos veículos nacionais; sem concorrência, a Fenaseg contratou a empresa GRF, que pertence ao empresário Carlos Augusto Montenegro, do Ibope, para realizar o serviço; a comissão, segundo Youssef, teria sido de R$ 20 milhões (Foto: Leonardo Attuch)
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      Doleiro delata Aécio e dono do Ibope

      Por Miguel do Rosário, no Tijolaço

      A Folha divulgou uma bomba há pouco.

      A gente já sabia, mas é divertido ver a imprensa ser obrigada a informar algumas verdades de vez em quando, forçada pelos fatos. O jornal tenta disfarçar. A notícia fica escondida.

      O título é o mais discreto possível: “Outras estatais pagavam políticos, diz doleiro”.

      Outras estatais?

      Aí sabemos que, entre estas estatais, está Furnas, pagando mensalão a Aécio Neves, funcionando de 1994 a 2001, sete alegres anos de roubalheiras.

      A coisa fica ainda mais picante quando envolve o dono do Ibope, Augusto Montenegro.

      Só falta aparecer a Globo!

      É como dizia Raskolnikov, protagonista de Crime e Castigo, do Dostoiévski: mate uma pessoa e será um assassino, mate 1 milhão e será um líder político.

      Roube 1 milhão e será um ladrão.

      Roube 1 bilhão e será um barão da mídia, respeitado no mundo inteiro.

      Trechos da matéria da Folha:

      “No caso do Denatran, dois ex-deputados do PP –João Pizzolatti (SC) e Pedro Correia (PE)– serão investigados pela suspeita de terem recebido propina de R$ 20 milhões.

      Segundo Youssef, o órgão fez um convênio com a Federação Nacional das Empresas de Seguros Privados e de Capitalização para a instituição passar a fazer um registro específico dos veículos nacionais. Sem concorrência, a Fenaseg contratou a empresa GRF para realizar o serviço.

      Segundo consta no inquérito, a GRF era de Carlos Augusto Montenegro, presidente do instituto de pesquisa Ibope, que seria responsável pelo pagamento da propina.

      “O negócio teria rendido cerca de R$ 20 milhões em comissões para o PP, montante que seria pago em vinte parcelas”, disse Youssef ao depor. “As parcelas eram pagas por um empresário de nome Montenegro, dono do Ibope.”

      O doleiro acusa o ex-presidente da CBTU, estatal federal de trens urbanos, Francisco Colombo, de ter repassado R$ 106 mil apreendidos em 2012 pela Polícia Federal no Aeroporto de Congonhas (SP) com o funcionário da Câmara Jaymerson de Amorim.

      Segundo o depoimento, o dinheiro foi pego por Colombo com Youssef dias antes e era destinado ao senador Benedito de Lira (PP-AL) e ao deputado Artur Lira (PP-AL).

      Youssef relatou ter informações de que havia um esquema de pagamento de suborno em Furnas, estatal do setor elétrico, que teria funcionado entre 1994 e 2001, durante o governo do tucano Fernando Henrique Cardoso. O doleiro contou que nessa época atuava como operador financeiro do ex-deputado do PP José Janene, morto em 2010.

      Segundo ele, Janene recebia propina de duas empresas contratadas por Furnas. Youssef disse que presenciou Janene receber suborno de uma destas empresas e que, de 1996 a “2000 ou 2001″, a empresa repassou US$ 100 mil por mês ao PP.

      O doleiro afirmou que Janene lhe disse que “dividia uma diretoria de Furnas” com o senador Aécio Neves (PSDB-MG), que na época era deputado federal. Youssef disse ter “ouvido dizer” que Aécio também recebia propina. O Ministério Público não abriu inquérito contra o tucano.

      [Observem como a Folha destaca o "ouvido dizer". É o tipo de gentileza semiótica que nunca dão a Dilma].

      A Folha procurou a CBTU, a assessoria do Ministério das Cidades, o presidente do Ibope e a assessoria do PP, mas não obteve retorno até a conclusão desta edição. “

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