Moro desacata STF e culpa a Corte Suprema pela piora na avaliação do povo sobre corrupção no governo

O ministro da Justiça do governo de extrema-direita, Sergio Moro, atacou a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre prisão em segunda instância. Para o ex-juiz da Operação Lava Jato, foi isto que piorou percepção do povo sobre corrupção. Humilhado muitas vezes por Bolsonaro em público, Moro diz que sua relação com o ocupante do Palácio do Planalto está "ótima"

www.brasil247.com - Ministro da Justiça, Sérgio Moro
Ministro da Justiça, Sérgio Moro (Foto: Pedro França/Agência Senado)


247 - O ministro da Justiça, Sergio Moro responsabilizou em entrevista a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) sobre a prisão para condenados em segunda instância pela percepção dos brasileiros de que o governo federal não atua como deve no combate à corrupção. 

Para 50% da população, a gestão do governo é ruim ou péssima na área do combate à corrupção, índice maior do que o verificado (44%) no mês de agosto, segundo pesquisa do instituto Datafolha.     

Segundo Moro, o que aconteceu nesse período que mudou a percepção dos brasileiros sobre o combate à corrupção "foi a revogação do precedente da segunda instância". 

Ele ataca assim uma decisão soberana da Corte Suprema do país em defesa da Constituição federal e do Estado democrático de direito.   

Favorável à prisão em segunda instância, o ministro de Bolsonaro está em plena campanha para derrubar a decisão do STF.  

Sergio Moro não se conforma com a liberdade do ex-presidente Lula, resultante da decisão do Supremo. Lula foi injustamente condenado por Moro.    

Flagrado diversas vezes cometendo irregularidades  em diálogos com procuradores da Operação Lava Jato, desmascarado perante a opinião pública com os vazamentos realizados pelo site The Intercept Brasil, Moro afirmou que não há qualquer irregularidade nas mensagens privadas com procuradores da Lava Jato, obtidas pelo site. 

O ministro acusou a Folha de S.Paulo de fazer "sensacionalismo".  

Moro sofreu uma derrota política nos últimos dias com a desidratação do chamado pacote "anticrime" aprovado pelo Congresso Nacional, mas não admite o revés. Na verdade, está se preparando, junto com aliados lavajatistas no Parlamento, para reapresentar medidas que o pacote continha, como a licença para matar, entre outras.  

O ex-juiz se esquivou do questionamento sobre possível candidatura a vice-presidente numa chapa à reeleição de Bolsonaro em 2022. Disse que a relação com o presidente está "ótima", mas admitiu divergências internas sobre o que chamou de "pontos específicos".  

Leia a íntegra das declarações de Sergio Moro na entrevista aos jornalistas Leandro Colon e Camila Mattoso no jornal Folha de S.Paulo

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