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Morre Seabra Fagundes, presidente da OAB que sofreu atentado na ditadura

Em 2015, a Comissão Estadual da Verdade do Rio de Janeiro revelou que o atentado de 27 de agosto de 1980 foi orquestrado por agentes do Centro de Informação do Exército (CIE)

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Conjur - Eduardo Seabra Fagundes, ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, morreu nesta segunda-feira, aos 83 anos.

Quando presidia o Conselho Federal da OAB entre 1979 e 1981, durante a ditadura militar, uma carta bomba endereçada a ele resultou na morte de sua secretária, Lyda Monteiro, no dia 27 de agosto de 1980.

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Na época, a instituição denunciava desaparecimentos e torturas de perseguidos e presos políticos e criou a Comissão de Direitos Humanos em seu conselho federal.

Em 2015, a Comissão Estadual da Verdade do Rio de Janeiro revelou que o atentado foi orquestrado por agentes do Centro de Informação do Exército (CIE).

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O pai dele, Miguel Seabra Fagundes, também comandou o Conselho Federal da OAB. Eduardo se formou em Direito Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Também esteve à frente do Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB), entre 1976 e 1978, além de ter sido procurador-geral e secretário de Justiça do Estado do Rio de Janeiro.

Ele deixa duas filhas e a esposa, Marta Ayres da Cruz Athayde. A família não informou a causa da morte.

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O velório acontece nesta terça-feira (26/11), entre 8h e 11h, na sala 4 do Memorial do Carmo, no Caju (zona portuária do Rio de Janeiro).

Repercussão
Em nota, a OAB manifestou "profundo pesar" pelo falecimento de Seabra, que, além de ex-presidente, era membro honorário vitalício da ordem. "A memória de Fagundes permanecerá viva e seu legado continuará encantando a jovem advocacia brasileira em busca da Justiça."

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O presidente nacional da instituição, Felipe Santa Cruz, decretou luto oficial de três dias. "Ele nos ensinou que toda tarefa é relevante para homens e mulheres de Ordem. A advocacia está de luto com a perda de uma grande referência. Sofro pessoalmente por ter sido sempre acolhido e recebido dele, durante toda a minha trajetória, só apoio e incentivo."

O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, disse que trabalhava com Eduardo na época do atentado. "Trabalhei com Eduardo Seabra Fagundes por muitos anos, no início da minha carreira. Com ele e seu pai, Miguel. Fui seu estagiário e depois advogado em seu escritório entre 1979 e 1983. Estava com ele quando explodiu a bomba na OAB, que vitimou dona Lyda Monteiro. Eduardo era um profissional ético, brilhante e uma das lideranças da classe. Depois, entre 1985 e 1986, fui seu assessor no período em que foi Procurador-Geral do Estado e Secretário de Justiça do Estado do Rio de Janeiro. Também como homem público, Eduardo era exemplar: íntegro, competente e dedicado à causa pública. Há pouco tempo prestei um depoimento na OAB sobre ele. Lamento sentidamente a sua perda."

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"Seabra Fagundes deixa mais do que saudade. Deixa um legado, uma mensagem de coragem sobre a postura que deve ter um advogado em tempos sombrios. Deixa um exemplo que hoje, mais do que nunca, deve ser seguido", disse o professor e criminalista Pierpaolo Bottini.

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