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Morte de miliciano transformou Bolsonaro em defensor dos direitos humanos, ironiza Mello Franco

Para o jornalista Bernardo Mello Franco, a morte do miliciano Adriano da Nóbrega, ligado ao clã Bolsonaro, “começou a produzir milagres. Depois de morto, fez Jair Bolsonaro defender os direitos humanos e criticar a brutalidade policial”

Bernardo Mello Franco, Adriano Magalhães da Nóbrega no detalhe e Jair Bolsonaro (Foto: Reprodução | PR)

247 - O jornalista Bernardo Mello Frano avalia que a morte do miliciano Adriano da Nóbrega, ligado ao clã Bolsonaro e que foi morto em uma troca de tiros com policiais da Bahia em circunstâncias ainda não totalmente esclarecidas, “começou a produzir milagres. Depois de morto, fez Jair Bolsonaro defender os direitos humanos e criticar a brutalidade policial”.

“O presidente passou a vida repetindo que “bandido bom é bandido morto”. Subitamente, pôs-se a protestar contra o passamento de um pistoleiro de aluguel”, ressalta. “No sábado, ele reclamou que a polícia baiana “não procurou preservar a vida de um foragido, e sim sua provável execução sumária”. O autor da frase é o mesmo político que, anos atrás, subiu à tribuna da Câmara para elogiar um grupo de extermínio da... Bahia”, diz Mello Franco.

“Além de converter Bolsonaro ao pacifismo, a morte de Adriano fez nascer um novo defensor da presunção de inocência. No domingo, o presidente disse que não havia “nenhuma sentença tramitada e julgada” contra o miliciano. Pode ser, mas ele acumulava três passagens pela cadeia e estava em fuga para não ser preso pela quarta vez”, ressalta o jornalista sobre a defesa do miliciano por Bolsonaro.

Mello Franco destaca que Bolsonaro “sugeriu que Adriano foi vítima de queima de arquivo, mas fez questão de dizer que não tinha interesse em seu silêncio” e “também se mostrou preocupado com os 13 celulares apreendidos no esconderijo do milagreiro”. “Pelo tom das perguntas, parece que ele já sabe o que vem por aí”, avalia.