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Brasil

Movimentos sociais protestam nesta sexta contra morte de Agatha Felix

Nesta sexta-feira (27), movimentos sociais e ligados a causas negras organizam protestos em todo o Brasil contra a morte da menina Agatha Felix, de 8 anos, com um tiro nas costas durante uma operação policial no Complexo do Alemão. Confira a programação de alguns atos

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Por Lucas Veloso, do Alma Preta - Nesta sexta-feira (27), movimentos sociais e ligados a causas negras organizam protestos pelo país contra a morte de Agatha Felix, na semana passada. A menina foi enterrada no domingo, 22 de setembro, no cemitério de Inhaúma, na Zona Norte do Rio de Janeiro.

No Rio de Janeiro, a concentração começa às 17h na entrada da Grota, perto da Vila Olímpica Carlos Castilho. A Baixada Fluminense também participa, com encontro marcado para 17h30, na praça Direitos Humanos, Nova Iguaçu.

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São Paulo, Rio Grande do Sul e Recife são exemplos de outras cidades mobilizadas, em manifestações, pela morte de Agatha. Um manifesto único foi escrito para ser lido nos atos.

A garota morreu após ser baleada por um policial da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP), na comunidade do Fazendinha, no Complexo do Alemão.

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Segundo dados levantados pela plataforma Fogo Cruzado, a garota foi a 16ª criança vítima da violência armada neste ano no estado e a quinta que não resistiu aos ferimentos.

O Instituto de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro indica que a polícia nunca matou tanto quanto neste ano. De janeiro a agosto, foram 1.249 casos registrados. Uma média de cinco mortes por dia.

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Alguns ativistas e moradores de favelas ouvidos pelo Alma Preta criticam a política de segurança adotada pelo governo de Wilson Witzel (PSC) contra os moradores das favelas e os negros.

“Assim como em vários segmentos da sociedade, o racismo sempre esteve presente nas forças policiais. O que acontece hoje é um discurso assumido do governador Witzel de que as pessoas que moram na favela não valem nada e por isso a polícia pode atirar a vontade”, defendeu Thamyra Thâmara, moradora e criadora de projetos sociais no Complexo do Alemão.

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O Alma Preta indica as manifestações pelo Brasil, de acordo com as cidades:

Rio de Janeiro

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Ato Unificado Nacional pela Vida e Memória das Nossas Crianças

Baixada Fluminense

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Ato por Àgatha,pelo Direito à Vida e contra o Genocídio Negro

Recife

[RECIFE] Ato Unificado pela Vida e contra o genocídio! Agatha

São Paulo

Ato por Ágatha Félix, pela vida e contra o genocídio negro

Rio Grande do Sul

Ato Por Ágatha Pela Vida Fim do Genocídio do POVO NEGRO

Confira o manifesto na íntegra:

Justiça para Agatha! Queremos o fim do genocídio do povo negro!

Foi um tiro de fuzil pelas costas que apagou o sorriso de Ágatha Felix 

Ágatha Felix, de 8 anos, foi assassinada com um tiro de fuzil nas costas no dia 20 de setembro no Complexo do Alemão, uma das maiores favelas do Rio de Janeiro, no Brasil. Ágatha, há uma semana não está entre nós, há uma semana perdeu a vida por causa da falsa guerra às drogas, por causa da polícia que nos vê apenas como o corpo inimigo. Mas, nós, mães, familiares, moradores de favelas periferias e apoiadores do Brasil e do mundo estamos aqui pra dizer não a essa política racista, não ao assassinato de nossas crianças, de nossos jovens, de nosso povo negro, favelado e pobre. 

A menina Ágatha, infelizmente, não foi a primeira a ser assassinada pela política de confronto nas favelas do Rio de Janeiro. Só este ano foram 17 crianças baleadas e 5 delas morreram por causa de um governo que todos os dias declara que a polícia deve invadir a favela e atirar. Por causa de um governador que, inclusive, comemora cada uma dessas mortes. 

Nessa dita guerra às drogas, alguns até aceitam que helicópteros e caveirões sejam usados para dar tiro em escola de pretos e pobres. Não consideramos isso normal e nem aceitável! Não faz sentido continuarmos seguindo nossa vida como se nada estivesse acontecendo. Estamos morrendo. Nossas casas, famílias e amigos sendo violados cotidianamente por um Estado racista. 

Nossa arma sempre foi a solidariedade e o apoio aos familiares de vítimas, mas as vítimas já chegaram a um número muito alto, são exatas 1.249 mortes. Nossas redes não estão dando conta de um ataque amplo, total e sistemático de um Estado que executa, elimina e desaparece com corpos pretos todos os dias. Nos dias de operações, sofremos um tipo de greve sem querer e de interdição ao direito à vida. Somos obrigados a ficar em casa e é impactante para nós que colocamos o sustento na mesa. Alguns ainda sofrendo com a possibilidade do desemprego, saem de casa para trabalhar mesmo diante de intenso conflito. 

Se você quer estar junto com a gente e está vendo que estamos sofrendo com um intenso conflito irracional, pare de girar essa roda do capital neste dia. Se é patrão e/ou chefe de departamento, libere seu funcionário, poste em todas as redes sociais e contribua para o fortalecimento da luta contra o genocídio sistemático do povo negro. Basta de indignação apenas em discursos superficiais, precisamos de ações diretas para combater um Estado racista, classista e violador.

Convocamos a todes que se sensibilizam com a causa das favelas e do povo negro para que façam paralisações, manifestações, que gritem contra o genocídio a cada vez que uma operação é deflagrada dentro de nosso lugar de afeto, de vida, de cultura, que é a nossa favela. São necessárias medidas efetivas! Exigimos que parem as operações policiais em favelas e guetos nas periferias brasileiras. Exigimos o fim do genocídio do povo negro. 

A nossa luta é pela sobrevivência do nosso povo, é pela chance de chegar em casa vivos depois de um dia extenuante de trabalho. É pela possibilidade de ver nossas filhas e filhos crescendo sem que uma bala de fuzil interrompa mais uma vida. 

Salve São Cosme e São Damião, Viva os Erês! É pela vida de nossas crianças!!! Favela vive e resiste!!!

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