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Na Câmara, Base de Alcântara terá outra história, dizem parlamentares

Parlamentares acreditam que a tramitação no Congresso do acordo que permite aos Estados Unidos a utilização da base de Alcântara, no Maranhão, vai tornar a discussão pública e mostrar as verdadeiras intenções 'sabujas' do acordo; o tratado, assinado pelos governos de Jair Bolsonaro e Donald Trump, não é sequer conhecido pelos parlamentares brasileiros

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Da Rede Brasil Atual - Parlamentares de oposição na Câmara dos Deputados acreditam que a necessária tramitação, no Congresso, do acordo que permite aos Estados Unidos a utilização da base de Alcântara, no Maranhão, é importante por tornar a discussão pública. O tratado, assinado pelos governos de Jair Bolsonaro e Donald Trump na segunda-feira, não é sequer conhecido pelos parlamentares brasileiros.

"O fato de estar na Câmara é um avanço, porque a gente vai polemizar, politizar e explicar o quão ruim é para o país", diz o deputado federal Enio Verri (PT-PR).

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"Pretendemos fazer uma grande obstrução e denunciar a alienação da soberania nacional porque a base de Alcântara é um grande ativo do povo brasileiro. Liberar para os americanos a utilização de um local privilegiado com pouca reciprocidade é muito grave", afirma Ivan Valente (Psol-SP). "E mais: estamos falando de soberania nacional e não conhecemos as condições do acordo ainda."

Os dois parlamentares utilizam a mesma expressão para definir o comportamento de Bolsonaro não só em relação a Alcântara como sua postura perante Trump.

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"Na verdade ele tem se demonstrado um sabujo dos Estados Unidos", diz Verri. "A questão de Alcântara representa a gente abrir mão de uma área estratégica de segurança nacional em nome da submissão aos Estados Unidos."

"Ao invés de investimos em resgatar a potencialidade da base, oferecemos um lugar privilegiado aos americanos. Além disso, o governo Bolsonaro é sabujo do presidente americano, e uma base como essa sempre pode servir a objetivos militares, inaceitável sob todos os pontos de vista", aponta Valente.

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O deputado do Psol lembra uma outra questão associada à base no Maranhão muito preocupante: o fato de inúmeras comunidades quilombolas viverem na região e estarem ameaçadas, a partir de agora. "Os quilombolas, que residem lá há séculos, têm uma grande luta em torno da base. Eles podem querer operar a evasão dessas pessoas", observa.

Já o presidente Jair Bolsonaro disse, em Washington, que vai dar emprego para essa população. "Vamos oferecer um mercado de trabalho para os quilombolas."

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Na opinião de Valente, como se trata de uma questão de soberania, o tema pode sensibilizar alguns setores da Câmara dos Deputados. Mas, antes de mais nada, é preciso que a Casa tome conhecimento do tratado em detalhes, destaca.

Verri não está otimista diante do quadro. "Com o perfil dessa nova Câmara, infelizmente acho que passa, até porque o debate do nacionalismo aqui não é muito forte e não vai prevalecer", afirma. "Se o próprio presidente da República não tem uma postura de defesa do país que ele representa e de sua soberania, os parlamentares da sua base seguem o mesmo comportamento."

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Enquanto isso, parlamentares da base do governo defendem o presidente. Segundo o deputado Carlos Jordy (PSL-RJ), a oposição está "desantenada" sobre as negociações entre Brasil e EUA. "Ontem, a Bovespa atingiu o inédito índice de 100 mil pontos", justificou, segundo a Agência Câmara.

A Casa deve realizar uma audiência conjunta entre as comissões de Ciência e Tecnologia e Relações Exteriores e de Defesa Nacional. Os deputados Márcio Jerry (PCdoB-MA) e Bira do Pindaré (PSB-MA) protocolaram pedidos para que os ministros Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia) e Ernesto Araújo (Relações Exteriores) expliquem o tratado.

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Jerry apresentou um requerimento à Mesa da Câmara para a constituição de uma comissão externa para acompanhar a aplicação do acordo, já que os americanos sabem o seu conteúdo, enquanto os brasileiros o desconhecem.

A repercussão da postura do presidente brasileiro diante dos Estados Unidos e seu chefe de Estado repercutiu até mesmo no mais importante jornal da capital americana, o Washngton Post.

Para falar da visita oficial de Bolsonaro, o diário publicou matéria intitulada "'Vergonha': Enquanto Bolsonaro visita Trump, brasileiros tuítam seu constrangimento". Segundo o Post, "nem todos na maior nação da América Latina estão aplaudindo" as atitudes do presidente brasileiro "de extrema-direita" nos EUA. "Bolsonaro enfrentou nesta terça-feira uma tempestade no Twitter – informa a matéria – por supostamente vender a maior nação da América Latina aos Yankees."

À RBA, o ex-ministro Celso Amorim demonstrou preocupação com o tema. Para ele, os americanos poderão condicionar a presença de brasileiros na base a seus próprios interesses.

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