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Não aceitação de eleição pelo governo revolta servidores da Fiocruz

Setores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) se manifestaram contra a notícia de que o governo não respeitaria a indicação do primeiro nome da lista tríplice para a presidência da instituição. Em novembro, a Fiocruz fez eleição interna, com participação de 4.415 servidores (82,1% do total. A pesquisadora Nísia Trindade Lima foi vencedora, com 59,7 % (2.556 votos), e a pesquisadora Tania Araújo-Jorge obteve 39,6% (1.695 votos); governo, porém, pretende nomear Tania; "Ela tem representatividade eleitoral em todas as instâncias de governança da Fiocruz. Todos os diretores, com exceção de um, continuam reafirmando a expectativa de que Nísia seja indicada", disse o presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha

Fiocruz (Foto: Paulo Emílio)
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Akemi Nitahara, repórter da Agência Brasil - Setores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) se manifestaram hoje (30) contra a notícia de que o governo não respeitaria a indicação do primeiro nome da lista tríplice para a presidência da instituição. Em novembro, a Fiocruz fez eleição interna, com participação de 4.415 servidores (82,1% do total. A pesquisadora Nísia Trindade Lima foi vencedora, com 59,7 % (2.556 votos), e a pesquisadora Tania Araújo-Jorge obteve 39,6% (1.695 votos).

Segundo noticiou ontem (29) o colunista Ilimar Franco, do jornal O Globo, o governo nomearia Tania, rompendo a tradição de mais de 20 anos, de sempre nomear para o cargo a pessoa que vence a eleição feita pelos servidores da instituição.

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O presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha, diz que a notícia foi recebida com muita comoção na instituição e em outras parceiras de pesquisa científica, de produção e acadêmicas. De acordo com ele, apesar de Nísia ter recebido quase 60% dos votos, 90% da Fiocruz "clama" para que a indicação seja respeitada.

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"Ela tem representatividade eleitoral em todas as instâncias de governança da Fiocruz. Nós temos unidades técnico-científicas no Rio de Janeiro, mas também em 11 estados. Todos os diretores, com exceção de um, continuam reafirmando a expectativa de que Nísia seja indicada; todos os ex-presidentes e grandes nomes da Fiocruz na Academia Brasileira de Ciências, na Academia Nacional de Medicina. [A ver também] as qualidades da Nísia, com 30 anos de atuação na Fiocruz, vice-presidente. Então, seria o desaguadouro natural e tranquilo", resssaltou Gadelha.

Ela destaca que a Fiocruz tem respondido de maneira intensa ao trabalho demandado, e não entende o porquê de se criar "turbulência" na instituição. "Estamos fazendo gestões, com apoio de muitas pessoas expressivas, junto ao presidente Temer. Nós gostaríamos que ele pudesse nos ouvir e à comunidade científica, porque provavelmente algum ruído se estabeleceu, já que eu não vejo sentido em desestabilizar a paz e tranquilidade que conseguimos estabelecer ao longo desses anos todos. O país passou por turbulências imensas, e mesmo nessas turbulências a Fiocruz se manteve como instituição estável, madura" – acrescentou.

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O Ministério da Saúde, ao qual a Fiocruz é ligada, informou por meio de sua assessoria de imprensa que não se pronunciaria a respeito do caso e que a pasta apenas recebe a lista tríplice da Fiocruz e encaminha para a Presidência da República fazer a nomeação, sendo necessário aguardar o Diário Oficial da União para saber quem será nomeada.

A reportagem entrou em contato com a Secretaria de Governo da Presidência da República, mas não obteve retorno. Gadelha destaca que não se trata de uma formalidade legal, mas de "um ato de bom senso na decisão que o presidente vai tomar sobre o futuro da instituição". "Na lei fala que pode nomear uma ou outra, mas nomear a Nísia é atender às expectativas de uma enormidade de apoio e de expectativas da Fiocruz, não é só os eleitores da Nísia que clamam por essa sensibilidade do presidente Temer".

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O reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Roberto Leher, divulgou nota em apoio ao resultado da eleição na Fiocruz, destacando a parceria entre as duas instituições e lembrando a crise institucional que a nomeação de um reitor não eleito na UFRJ, José Henrique Vilhena, causou em 1998.

De acordo com o reitor da UFRJ, a informação de que a nova presidente poderia não ser Nísia Trindade, candidata eleita pela comunidade da Fiocruz, "acendeu a lembrança dos anos trágicos da nomeação de um reitor não sufragado pela comunidade universitária. Situação que prejudicou por mais de uma década a instituição, comprometendo gravemente o ensino, a pesquisa e a extensão, e cindiu a comunidade interna, o que provocou quatro anos de forte crise institucional".

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A Fiocruz conta com cerca de 5.500 servidores diretos, e mais de 6 mil colaboradores. Apenas os servidores participam da eleição e o mandato do presidente da instituição é de quatro anos, sendo permitida uma renovação, também apoiada pelas urnas.

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