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Brasil

New York Times alerta para perigo de 'etnocídio' na Amazônia

Jair Bolsonaro atua de forma agressiva para abrir a floresta amazônica ao desenvolvimento comercial e representa uma ameaça existencial para as tribos da região, publica a jornalista Luciana Oliveira em seu blog

(Foto: Reuters | Reprodução)
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247 - O blog da jornalista Luciana Oliveira reproduz reportagem de Ernesto Londoño e Letícia Casado no New York Times, sobre ções do governo Bolsonaro na Amazônia que põem em risco a existência de povos indígenas.

Território Uru Wau Wau, Brasil — O cartaz na entrada de uma pequena aldeia indígena na Amazônia se tornou uma relíquia em menos de uma década, e não reflete mais uma realidade.

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“Aqui tem investimento do governo federal”, proclama a placa, erguida em 2012, agora coberta por folhas de palmeiras caídas.

De fato, este pequeno povoado no estado de Rondônia, chamado Alto Jamari, lar para cerca de 10 famílias da tribo Uru Eu Wau Wau, mal sobrevive, assim como muitas outras aldeias que resistem na região e que durante décadas serviram de refúgio para a cultura dos povos indígenas e de baluarte contra o desmatamento no Brasil.

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Enquanto a presença federal encolhe, por um lado mais forasteiros invadem as terras, ansiosos pela exploração ilegal dos recursos da floresta, e o coronavírus fecha o cerco por outro, tendo já alcançado algumas aldeias remotas com sua ameaça mortal.

Os líderes locais e os defensores dos indígenas apontam um único responsável pelo agravamento dessa situação: o presidente Jair Bolsonaro.

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Durante sua campanha eleitoral, Bolsonaro prometeu abrir a Amazônia para um maior desenvolvimento comercial, incluindo mineração e agricultura em larga escala.

“Onde há terra indígena”, disse Bolsonaro, “há riqueza por baixo”.

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Desde que assumiu a presidência há pouco mais de um ano, Bolsonaro atua agressivamente para promover essas metas de desenvolvimento, adotando políticas que os críticos temem tenha desencadeado uma nova era de etnocídio das comunidades indígenas.

Já de início agiu para desmantelar o sistema de proteção para as comunidades indígenas consagrado pela Constituição brasileira, efetuando cortes no financiamento da Fundação Nacional do Índio, a agência federal responsável por defender os direitos indígenas.

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Como presidente, Bolsonaro prometeu não demarcar “um centímetro” a mais de terras indígenas protegidas, argumentando que viver em isolamento é um anacronismo no século XXI e um obstáculo ao crescimento econômico.

“Índio não pode ficar na sua terra como um ser humano pré-histórico”, declarou Bolsonaro em fevereiro.

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Ainda em fevereiro, Bolsonaro apresentou um projeto de lei ao Congresso que, na prática, poderia legalizar os empreendimentos clandestinos de mineração que poluíram rios e destruíram grandes áreas da Amazônia.

A legislação proposta, cuja tramitação no Congresso parece ter esbarrado em falta de entusiasmo enquanto o país combate o coronavírus, também permitiria a exploração de petróleo e gás e a instalação de usinas hidroelétricas em territórios indígenas. Segundo o projeto de lei, as comunidades nativas seriam consultadas sobre os empreendimentos — mas perdem o poder de veto.

No ano passado, Bolsonaro exultou ter “acabado” com o que chamou de “multas astronômicas” contra empresas que violam as leis ambientais da Amazônia, removendo um dos poucos elementos de dissuasão que os grileiros enfrentam.

O presidente do Brasil cumpre suas promessas de expansão do desenvolvimento na Amazônia. E para muitos dos povos indígenas que lá vivem, a era Bolsonaro se tornou uma ameaça existencial.

Fonte: Blog da Luciana Oliveira
 

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