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Brasil

O caos no trânsito da capital

Brasília não pode continuar sendo considerada a cidade inimiga dos pedestres

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Os brasilienses têm manifestado cada vez mais preocupações com seus deslocamentos diários. Não é para menos: acidentes de trânsito, engarrafamentos, transporte coletivo precário, obras viárias interrompidas, transporte pirata, ônibus clandestinos, fechamento de ruas e protestos por melhores condições de transporte no Entorno constituem pesadelo diário para quem vai de casa ao trabalho, à faculdade, às compras.

Tal situação não chega a surpreender, infelizmente. O fato é que o DF jamais foi pensado estrategicamente com planejamento e visão de futuro no que tange a uma adequada política de mobilidade.

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Numa cidade que cresce a taxas superiores à média nacional, é um equívoco vislumbrar a política de mobilidade pautada somente em obras de ampliação de vias ou construção de viadutos. É preciso pensar nas pessoas, na economia, nos meios de transporte e em investimentos em vias, calçadas, trilhos e ciclovias, em busca de um desenvolvimento urbano sustentável.

Devemos organizar nossos espaços adequadamente. Para tanto, é fundamental que as oportunidades de emprego e negócios não fiquem restritas às áreas centrais de Brasília. Segundo dados da Codeplan, cerca de 70% dos postos de trabalho estão localizados no Plano Piloto, que concentra apenas 9,5% da população do DF, o que desequilibra o território, compromete a circulação de pessoas e intensifica problemas ambientais, devido à intensa concentração de veículos.

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Pensar em postos de trabalho nas proximidades das regiões administrativas é trabalhar na solução de problemas ambientais, sociais e urbanos. A expansão geográfica da atividade econômica melhoraria a qualidade do ar e reduziria os deslocamentos, permitindo ao trabalhador passar mais tempo com seus familiares. Os custos com transporte cairiam, os congestionamentos diminuiriam e haveria redução de mortes por acidentes de trânsito.

Do mesmo modo, é preciso criar alternativas de substituição do carro particular pelo transporte coletivo. A maioria dos carros circula apenas com o condutor, em deslocamentos diários para o trabalho ou para os estudos. Além disso, o modelo de deslocamento por automóvel demanda a construção de estacionamentos, túneis e cruzamentos, o que implica a redução de áreas verdes e, consequentemente, mais poluição.

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Desde que propiciem conforto, agilidade e segurança aos usuários, ônibus e metrô retiram milhares de carros das ruas, além de agredirem menos o meio ambiente. Nesse sentido, é possível construir alternativas de locomoção que — incorporando ainda o VLT e o VLP— integre os meios de transporte coletivo para reduzir os custos ao usuário e o tempo de deslocamento.

Além disso, Brasília precisa de um sistema cicloviário que incorpore definitivamente as "magrelas" como meio de deslocamento viável e seguro. Nossa cidade é plana e bem arborizada. Há milhares de ciclistas sonhando com a possibilidade de ir ao trabalho sem gastar nada, contribuindo para a preservação do meio ambiente e cuidando da própria saúde.

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Brasília não pode continuar sendo considerada a cidade inimiga dos pedestres. A construção de calçadas mais amplas e seguras favorece os deslocamentos. Além do respeito devido às pessoas com mobilidade reduzida – grávidas, idosos, pessoas com deficiência –, calçadas adequadas podem estimular o morador a deixar o carro em casa em vez de utilizá-lo para deslocar-se ao comércio local, à escola ou a igreja de seu bairro. É exatamente essa lógica que deve ser aplicada aos transportes de massa: sendo limpos, rápidos e confortáveis, estimulam o morador a utilizá-los em vez de enfrentar problemas de trânsito e falta de vagas.

Estamos em um momento especial para a discussão da política de mobilidade do DF, levando em conta a recente aprovação do esperado Plano Diretor de Transporte Urbano e Mobilidade (PDTU), que tem o propósito de enfrentar os problemas atuais e pensar a cidade para o futuro. A Copa do Mundo está chegando e a capital federal tem boas chances de sediar o jogo de abertura do mundial. Temos a oportunidade de transformar os investimentos em infraestrutura em um legado duradouro para toda a sociedade.

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*Chico Leite é procurador de Justiça (licenciado), professor de Direito Penal e Deputado Distrital pelo Partido dos Trabalhadores

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