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O luxo e o lixo

Minha experiência frustrada num badalado resort baiano

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Fiz neste ano minha primeira viagem a um resort na Bahia. Grande expectativa e a promessa de que eu passaria dias de conforto e luxo em uma destas hospedagens que concorrem com a entrada no paraíso. Pois bem, a encomenda não saiu como o planejado.

Foram dois dias cobrindo um evento, resort com lotação máxima e confusões já na chegada. É consenso que, para trabalhar no setor de turismo, tem que se gostar de trabalhar com gente. Mas os prestadores de serviço na Bahia ainda não ensinaram este conceito para os seus funcionários. Resultado: encontrei uma recepcionista completamente mal humorada e indisposta a resolver meu problema.

Ela não era a única, descobri com o passar dos dias em que fiquei no hotel. Tive que fazer uma nova visita à recepção. Todos os quartos do resort já estavam com a nova padronização das tomadas brasileiras, mas, evidentemente, nossos notebooks não! O resort até disponibilizava adaptadores, porém o número não era suficiente e eu tive que me satisfazer em esperar que algum hóspede devolvesse um dos adaptadores. Porém, o detalhe: a segunda recepcionista não estava nada feliz em me atender para contar que não tinha adaptador.

Ainda no primeiro dia, percebi que a insatisfação não era só minha. A internet wireless, que está disponível apenas no saguão do hotel, funcionava a passos lentos. Resultado: motivo para os turistas nacionais lembrarem a maldita piada de que na Bahia tudo funciona com um pouco de preguiça. Ouvi de todas as pessoas com quem conversei a mesma queixa: a internet estava lenta.

Mas o pior estava por vir... Fui jantar em um dos restaurantes do resort, um bar inspirado em futebol. No chão, batatas fritas por todos os lados. Além da TV, em alto e bom som, os funcionários do bar estavam dançando e cantando a música ambiente que concorria com a televisão. O lixo e a informalidade imperavam no ambiente. Depois de quase meia hora, eis que um supervisor chega. Pergunta por que o chão está sujo, pede para limparem, mas não parece que aconteceu nada do outro mundo.

Depois de presenciar, até mesmo, funcionários discutindo e dizendo que não suportavam mais trabalhar no resort, não pensem que acabou. A cada banho que eu tomava, a banheira se enchia de uma água meio amarelada, que me dava uma coceira intensa. Outro detalhe: o chuveiro variava entre o morno e o frio. Até liguei para a recepção, mas, se ao vivo não funcionava, imagine pedir alguma coisa por telefone...

Enfim, fui embora. Na minha frente, na hora do check-in, ninguém menos que Lícia Fábio, a grande produtora dos eventos aqui na Bahia. Se ela gostou, não sei. Mas, com certeza, ela entenderia a minha insatisfação, de uma turista soteropolitana que esperava apenas algumas coisas: limpeza e educação dos atendentes. O luxo viria por acréscimo.

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