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O Mensalão criativo

Estratégias que podem transformar o julgamento do mensalão num marco jurídico brasileiro

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Se alguém diz que "Deus criou o mundo", é bom estar preparado pra responder uma pergunta básica, que pode ser formulada por qualquer criança: "Mas quem criou Deus?" O crente pode optar por dizer que é algo irracional, ou cair no argumento teológico "Ele sempre existiu", que de "teo" tem muito, e de "lógico" muito pouco.

A história do Big-Bang não vai muito mais longe: "No início, era um ponto mínimo de densidade infinita, e deu-se a explosão do universo." Beleza, mas de onde veio esse ponto mínimo? É o "ovo e a galinha" metafísico, variação de "Quem certifica a qualidade do Inmetro?"

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O dilema permanece no plano jurídico: quem julga o Supremo Tribunal Federal, a mais alta corte do judiciário brasileiro? O informado leitor há de lembrar que a duras penas se tenta dar mais poderes ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), bandeira erguida pela juíza Eliana Calmon, que já disse com todas as letras que há por aí ladrões togados. Mas quem são eles?

Sabemos pela reportagem de Luiz Maklouf Carvalho, publicada na revista Piauí – "Data Vênia, O Supremo - Picuinhas se imiscuem em decisões importantes, assessores fazem o serviço de magistrados, ministros são condenados em instâncias inferiores, um juiz furta o sapato do outro – como funciona e o que acontece no STF" – que Eros soltou as seguintes aspas: "O Supremo é um ninho de vaidades e pouca lealdade." Mas quem, e quando, foi desleal? Por que ele disse isso?

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Em outra ocasião, Joaquim peita Gilmar: "Vossa Excelência não está falando com os seus capangas no Mato Grosso!" Se alguém diz isso na porta do boteco, é porque deve ter os seus motivos. Imagina no Supremo. Que capangas são esses, que tipo de serviço eles fazem?, explique isso.

Ao mesmo tempo, fica uma baita incerteza jurídica se José Antônio deve ou declinar de julgar Zé (o Dirceu, lá de Passa-Quatro), porque já foi seu advogado, mas evita falar sobre isso. Mas por que está evitando? Por que não dá suas explicações logo?

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Os ministros do STF deveriam aproveitar a ocasião de botar frente a frente os maiores figurões da República e inovar radicalmente nos procedimentos, fazendo do julgamento do mensalão um evento histórico, um marco jurídico, um exercício de democracia.

Exemplo: Gilmar seria sabatinado pelos editores de Carta Capital, que perguntariam objetivamente se ele tem ou não o rabo preso. Depois a equipe de Veja fuzlilaria o José Antônio, apontando todas as vilanias do seu ex-partido, e indagando na lata se ele não era co responsável com nada daquilo.

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Eliana faria uma aparição bombástica, carregando uma pastinha, e diria: "agora vou dar o nome de todo os ladrões togados." Depois de lavada a roupa suja, o julgamento poderia seguir em frente.

Se condenado, Dirceu não deveria ser preso ou amargar o ostracismo político, mas tomar um tapa na cara de Victor Civita, dono da Abril. Se absolvido, lhe seria permitido cuspir na cova de Roberto Marinho, patriarca da Rede Globo.

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O espetáculo seria dirigida por Duda Mendonça, que conhece como ninguém o lado emocional do brasileiro, e a segurança garantida pelos capangas do Gilmar, minimizando o gasto público. Pra segurar a audiência, chamadas desse tipo apareceriam na tela: "Daqui a pouco: em troca da delação premiada, Carlinhos conta tudo!", "Lula e Gilmar frente a frente: quem está mentindo?" ou "Roberto Jefferson canta ópera e os jurados e Ídolos avaliam."

Seria abolido também o excesso de formalismo, o que permitiria aos juízes falar francamente. Ao invés de "Vossa excelência está faltando com a verdade e sendo conivente com a malversação do dinheiro público", o bom e velho "tu é ladrão pra caralho, filho da puta corrupto!" poderia ser utilizado.

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Eis aí uma forma de tornar o judiciário mais acessível ao povo brasileiro.

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