O paradoxo do bem

Muita gente pensa que a melhor maneira de cuidar dos seus interesses é cuidando dos seus interesses e ponto. Mas, não é? A melhor maneira de cuidar dos seus interesses é cuidando dos interesses de terceiros. Deu nó na cabeça? Então, reflita e chegue às suas próprias conclusões.

Se você tem um emprego e nele você não é responsável por cuidar de ninguém, isso significa que você está no nível mais baixo da hierarquia dessa empresa no seu setor, realizando apenas serviços operacionais. Caso você seja promovido, as coisas vão começar a mudar. Você vai começar a ter responsabilidades sobre outras pessoas. Nesse momento, vão aparecer duas figuras possíveis: o chefe e o líder. A diferença básica entre os dois é a forma de cada um lidar com os seus subordinados, ou seja, o que cada um vai representar para eles.

O chefe cuida dos seus interesses e dos processos pelos quais ele é responsável. O líder é uma referência para os seus liderados e os processos são apenas detalhes no seu trabalho. O chefe só pensa nos seus próprios interesses. O interesse do líder está na sua equipe. O líder conquista a confiança e o coração dos seus liderados e, exatamente por isso, os seus resultados serão incomparavelmente melhores, logo, ele estará apto a desafios maiores.

CHEFE: Pensou só em si e provavelmente vai se tornar aquele capataz para o resto da vida. LÍDER: Pensou nos outros, serviu, conquistou e alcançou maiores resultados. Certamente, ele vai escalar outros postos, pois é alguém necessário para a companhia. Percebeu como funciona ao contrário?

E como isso funciona no caso de um empreendimento próprio? Não muda absolutamente nada. Aquela ideia de que o empresário deve ser frio e calculista, explorando o máximo possível do empregado, é totalmente retrógrada e medíocre. Empresário miserável que não se dedica a conquistar a sua equipe não terá dela o seu melhor. Empresário assim não vai passar de ter uma empresinha que serve para mais nada a não ser dar lucro para satisfazer os desejos de consumo do dono. Que pobreza!

Em todos os níveis, esse paradoxo é aplicável, inclusive no seu. Aliás, infelizmente, eu chamo de paradoxo porque a maioria não pensa assim, quando, na realidade, isso deveria ser a regra e não a exceção. Mas a sociedade mergulhou num egoísmo tão profundo que abandonou a sua inteligência e emburreceu em nome de defender os seus próprios interesses. Resultado: um monte de gente batendo cabeça e lutando por uma migalha de sucesso. Um verdadeiro "salve-se quem puder". Dá pena...

Se a empresa em que você trabalha não pensa assim, simples, mude de empresa. Se você não encontra nenhuma empresa com esse perfil do paradoxo do bem, simples, abra a sua própria empresa. Ficar prisioneiro num modelo egoísta, correndo atrás do próprio rabo é que não dá, né?

Vender picolé na praia é melhor do que ficar pastando e sendo escravizado pelo sistema. Pelo menos, você terá a chance de se tornar o maior vendedor de picolés, formando uma equipe gigante, vendendo milhões de picolés por dia. (Quem foi condicionado pelo sistema a estudar para arrumar um emprego, no qual vai passar o resto da vida, pagando a prestação da casa própria num banco do governo, por 30 anos, até chegar a aposentadoria, ficou assustado agora... (risos!))

Pense fora da caixinha e não entre nessa onda. Entre na onda do paradoxo do bem. Um dia, talvez, eles descubram que pensar e ajudar os outros é um baita negócio!