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'O problema é o juiz achar que a toga é capa de super-herói', diz Flávio Dino

Ao comentar a Operação Lava Jato, o ministro da Justiça disse que a força-tarefa apenas prosperou porque órgãos de controle perderam a dimensão de seu papel “contramajoritário”

Flávio Dino (Foto: Reprodução/YouTube/Reinaldo Azevedo)
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247 - O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB), criticou juízes que confundem a toga com “capa de super-herói” ao falar sobre a Operação Lava Jato e seus principais personagens, como o ex-juiz suspeito e parcial Sergio Moro (União Brasil-PR), hoje senador.

Em entrevista ao programa Reconversa, conduzido pelo jurista Walfrido Warde e pelo jornalista Reinaldo Azevedo, o ministro analisou que a Lava Jato apenas prosperou porque houve falha dos órgãos de controle. “Não é que não existiam instrumentos de controle. Eles existiam, mas não funcionaram. Não por falta de lei. Porque na verdade houve uma perda, por parte dos órgãos de controle, dos órgãos superiores, da dimensão contramajoritária, que para isso é preciso ter coragem pessoal. Alguns tiveram - e têm - coragem pessoal e outros não tiveram. Então como os controles falharam, as pessoas foram exorbitando, e aí começaram a fazer passeatas, manifestos, cartas”. 

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“A toga parece com a capa do Batman, e aí a pessoa acha que é super-herói. Até tem um amigo nosso que diz que ‘o mal do trapezista é quando ele acha que sabe voar’. Então há juízes que acham que com a toga podem voar, é o problema do juiz que acha que a toga é capa de super-herói”, ironizou.

Ainda de acordo com o ministro, a Lava Jato foi uma “experiência dura e difícil para o país”. “Os danos aí estão, danos sociais, econômicos, pessoas foram encarceradas indevidamente”, além do dano à imagem das instituições, destacou. Em seguida, Dino ponderou: “o que eu vejo hoje é que foi uma dura lição, porém uma necessária lição. Hoje eu vejo mais contenção, porque não é compatível com a função técnica - que tem temperos da política, mas é sobretudo técnica - a ânsia de ser ‘popstar’. O político tem que buscar ser popstar, é do ofício dele. Juiz não, é o contrário. Então às vezes como político o pessoal diz assim ‘o Flávio dá muita entrevista’. Eu atendo os convites que me são feitos. E dar entrevista, para mim, além de ser uma forma de explicar o que eu acho que é o certo, é também uma tarefa de legitimação do meu cargo, porque a legitimação não é só o cargo, é a forma com que você exercita o poder. Aqueles que fogem da luz são aqueles que têm algo a esconder, na política. No Judiciário não, na polícia não”.

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