OEA: Dilma, sem acusação, será julgada por imputados
Durante encontro com a presidente Dilma Rousseff nesta sexta-feira, o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos, Luis Almagro, se manifestou contra o impeachment alegando "falta de certeza jurídica para as acusações" e inconsistência no pedido; "Do ponto de vista ético, encontramos algo que nos chama profundamente a atenção. Aqui temos uma pessoa que não tem nenhuma acusação, imputação, julgamento, e encontramos entre os que vão julgar imputados, indagados, julgados", disse; nesta manhã, reportagem do The New York Times, maior jornal do mundo, também apontou que Dilma, honesta, está sendo julgada por criminosos como Eduardo Cunha, que, nesta sexta-feira, foi denunciado por mais um delator, que o acusou de receber propina de R$ 52 milhões em 36 parcelas
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Paulo Victor Chagas – Repórter da Agência Brasil
O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos, Luis Almagro, se encontrou com a presidenta Dilma Rousseff nesta tarde para manifestar apoio e criticar o processo de impeachment que será analisado neste domingo pela Câmara dos Deputados.
Alegando "falta de certeza jurídica para as acusações" e inconsistência no pedido de afastamento de Dilma, Luis Almagro disse que a OEA sempre teve o Brasil como exemplo de legalidade. Segundo ele, além dos questionamentos políticos e jurídicos, há "inconveniente" na dimensão ética.
"Do ponto de vista ético, encontramos algo que nos chama profundamente a atenção. Aqui temos uma pessoa que não tem nenhuma acusação, imputação, julgamento, e encontramos entre os que vão julgar imputados, indagados, julgados", disse.
De acordo com o representante OEA, a Organização das Nações Unidas e a União dos Estados Sul-Americanos também se expressaram sobre o tema, "sobre a necessidade de estabilidade jurídica no país".
Almagro conversou com jornalistas após o encontro. Perguntado sobre o que pode fazer a OEA em termos práticos, ele afirmou que a entidade tem que estudar a evolução dos fatos. "[Os países] conhecem a carta democrática da OEA e a sua utilização. Isso é algo que Brasil ponderará, sua utilização", afirmou.
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