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      Para Gilmar, Janot se envolveu diretamente em delação da JBS a partir de Miller

      Ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), acusou o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de se envolver "diretamente" no acordo de delação da J&F a partir de seu então "braço direito" Marcelo Miller, que, ainda como procurador da República, teria defendido interesses do grupo empresarial; "A grande novidade, que não era novidade, mas que é uma confirmação, é que a Procuradoria atuou muito mal neste episódio e que ela se envolveu diretamente, que ela tinha objetivos a partir de um braço direito do procurador-geral", disse Gilmar

      Ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), acusou o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de se envolver "diretamente" no acordo de delação da J&F a partir de seu então "braço direito" Marcelo Miller, que, ainda como procurador da República, teria defendido interesses do grupo empresarial; "A grande novidade, que não era novidade, mas que é uma confirmação, é que a Procuradoria atuou muito mal neste episódio e que ela se envolveu diretamente, que ela tinha objetivos a partir de um braço direito do procurador-geral", disse Gilmar (Foto: Paulo Emílio)
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      Reuters - O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), acusou o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de se envolver "diretamente" no acordo de delação premiada de executivos da J&F a partir de seu então "braço direito" Marcelo Miller, que, ainda como procurador da República, teria atuado dentro da instituição defendendo interesses do grupo empresarial.

      "A grande novidade, que não era novidade, mas que é uma confirmação, é que a Procuradoria atuou muito mal neste episódio e que ela se envolveu diretamente, que ela tinha objetivos a partir de um braço direito do procurador-geral", disse Gilmar Mendes em entrevista concedida em Paris, onde cumpre agenda oficial como presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

      O comentário do ministro, desafeto de Janot, ocorre após a divulgação de gravação da conversa dos executivos da J&F Joesley Batista e Ricardo Saud, na qual sugerem que Miller advogava interesses do grupo dentro do Ministério Público Federal (MPF) antes de deixar a instituição.

      O procurador-geral nega saber da atuação dupla do seu ex-auxiliar, pediu investigação do caso e ameaça cancelar os benefícios da delação, que garantiu imunidade penal aos executivos da companhia.

      Críticos de Janot, contudo, defendem cancelar a colaboração dos executivos da J&F, com a consequente anulação de investigações conduzidas a partir das acusações feitas por eles.

      Para Gilmar Mendes, a atuação de Miller era um "segredo da carochinha" em Brasília porque todos sabiam do envolvimento dele no episódio, somente Janot "escamoteava" e "escondia".

      O ministro do STF ainda ironizou o procurador-geral. Segundo ele, Janot pensava em fazer um "gran finale" da sua gestão à frente do MPF, oferecendo "grandes denúncias", inclusive uma última contra o presidente Michel Temer.

      "Mas eu acho que ele conseguiu coroar dignamente o encerramento da sua gestão com esse episódio Joesley, ele fez jus a tudo o que ele plantou durante os anos e isso vai ser a marca que nós vamos guardar dele. O procurador-geral da delação Joesley, desse contrato com criminosos desta fita", criticou.

      O magistrado disse ainda que Janot tentou envolver o STF de forma "realmente lamentável" no episódio da gravação dos executivos da J&F. Na segunda-feira, em entrevista, o procurador-geral disse que o áudio continha envolvimento de ministros da Corte. Para o ministro, isso mostraria realmente "sua pouca qualidade institucional" e que a divulgação do áudio mostra exatamente que não se pode "brincar com as instituições".

      "Eu tenho a impressão de que, se formos fazer um juízo do legado do lulo-petismo, nós podemos pensar em duas marcas importantes: a indicação de Dilma Rousseff para presidente da República e a indicação de Rodrigo Janot. Elas são inesquecíveis", concluiu.

      (Por Ricardo Brito, em Brasília)

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