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    PCdoB: TSE decidiu afrontar a democracia

    Para o PCdoB, a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de cassar o registro da candidatura de Lula ao Planalto, é mais um "ultraje à democracia" e "uma violência contra a soberania do voto popular". Em nota, o partido afirma que os ministros desqualificaram a determinação do Comitê de Direitos Humanos da ONU e o apelo de diversos juristas em defesa dos direitos do ex-presidente

    PCdoB: TSE decidiu afrontar a democracia (Foto: Richard Silva)

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    247 – Para o PCdoB, a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de cassar o registro da candidatura de Lula ao Planalto, é mais um "ultraje à democracia" e "uma violência contra a soberania do voto popular". Em nota, o partido afirma que os ministros desqualificaram a determinação do Comitê de Direitos Humanos da ONU e o apelo de diversos juristas em defesa dos direitos do ex-presidente. Segundo o texto, a luta "prossegue" e o povo dará a resposta nas urnas, sendo Lula candidato ou não.

    Leia abaixo a íntegra:

    Decisão do TSE afronta a democracia e cassa candidatura de Lula

    A decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), por maioria, de excluir o candidato favorito para vencer as eleições presidenciais, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, se deu em consonância com o padrão de parcialidade e perseguição política que marcou todo o processo da sua condenação e prisão. Consequentemente, este dia 1º de setembro de 2018 entra para a história brasileira como mais uma data de ultraje à democracia e de violência contra a soberania do voto povo popular.

    A decisão de impugnar a candidatura de Lula, da coligação PT-PCdoB-Pros se deu com o único voto dissidente do ministro Luiz Edson Fachin. Os demais ministros seguiram o relator, Luiz Roberto Barroso, que desqualificou por completo a decisão cautelar do Comitê de Direitos Humanos (CDH) da Organização das Nações Unidas (ONU) de manifestar expressamente a defesa dos direitos políticos do ex-presidente, o que inclui a candidatura presidencial. Ignorou, ainda, o próprio texto da Lei da Ficha Limpa, que afirma que inelegibilidade pode ser suspensa enquanto houver recurso plausível a ser julgado.

    A maioria da corte eleitoral também ignorou os pronunciamentos de um conjunto de juristas e outras personalidades representativas, em âmbitos nacional e internacional, a favor do cumprimento das normas do Estado Democrático de Direito.

    Os ministros do TSE, em vez de fazerem valer a Justiça com base na Constituição Federal, deliberadamente fecharam os olhos para o fato de que os julgamentos, em primeira e segunda instâncias, se deram pela prática de um verdadeiro Estado de Exceção, uma vez que Lula foi condenado sem provas e apenas com base em declarações de criminosos confessos, beneficiados pela lei das delações premiadas.

    Uma vez mais se desrespeitou o devido processo legal. Isso ficou patente na recusa do TSE de assegurar à defesa o direito de cinco dias para fazer as alegações finais sobre o processo, prerrogativa admitida até pela presidenta da corte, ministra Rosa Weber.

    Ao indicar as consequências da violenta e injusta impugnação, a maioria dos ministros, como argumentou a defesa, desconheceu, de forma casuística, o precedente de mil e quinhentos casos de candidatos que, de 2010 para cá, mesmo sub judice, concorreram até o final do processo eleitoral, participando inclusive do horário eleitoral no rádio e na televisão. Às pressas, se instituiu um novo entendimento sobre o que é um candidato sub judice e, de pronto, o ex-presidente Lula teve a sua candidatura cassada. E como candidato não poderá participar da propaganda no rádio e na televisão, mesmo tendo direito a recursos. Neste quesito, houve o voto divergente da ministra Rosa Weber.

    A luta política e jurídica prossegue, mas a resposta que o povo brasileiro certamente dará a essa violência contra a democracia sairá de uma vigorosa campanha eleitoral para eleger, em 7 de outubro, a chapa presidencial liderada por Lula, com ele candidato ou não.

    Recife, 1º de setembro de 2018
    Luciana Santos – presidenta do Partido Comunista do Brasil (PCdoB)

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